Em 28 de junho de 2017, a Câmara de Coimbra anunciava que tinha levado a efeito a escritura de compra da antiga Igreja Românica de Santa Justa, situada no Terreiro da Erva. Nessa mesma altura, informava ainda que o dito edifício iria entrar em obras, no âmbito do arranjo urbanístico e paisagístico daquele espaço, e que estava já prevista a intervenção na cabeceira da referida Igreja, de que há registo desde 1098. Assim sendo, para quem não é daqui e aqui não viveu, fica agora a saber do que se trata. Dava ainda conta, que face aos importantes vestígios arqueológicos, a autarquia, sempre em articulação com a Direção Regional da Cultura do Centro, iria ali fazer os desmontes da cobertura e paredes deste edifício. Ao que se nos afigura, isso mesmo terá sido executado.

Decorridas as tais intervenções, e sem que outras por lá se vislumbrem, somos levados a questionar o que lá foi feito, face ao aspeto exterior que ostenta: um portão de alumínio com uma grade envidraçada que até mantém os autocolantes publicitários da oficina que outrora ali laborou, um telhado de lata em toda a dimensão do imóvel e uma rede de arame nas traseiras a delimitar uma parte do logradouro, enquanto a restante, de livre acesso, serve de mictório e de lixeira. E isto com a anunciada articulação da DRCC!… Estamos em crer que é propositada a ausência de sinalética naquele monumento, pois seria do maior descrédito referenciar-se, nestas circunstâncias, a primitiva Igreja de Santa Justa, que no século XI até foi sede de uma das paróquias da cidade. Assim, quem por ali passe, até pode pensar que é um qualquer armazém e a Maria lá vai com as outras. Aliás, foi o que aconteceu quando não foram postas a descoberto as restantes estruturas soterradas da aludida igreja, porque os custos eram muito elevados e bastavam as obras de fachada. Só que nem estas foram condizentes com o que seria de esperar! E as coisas são o que são…