Eu sei, nós sabemos, que a Jornada Mundial da Juventude que está a decorrer em Portugal nesta altura suscitou algumas discordâncias e até críticas, motivadas sobretudo pelos custos elevados da sua preparação. Não entramos nessa polémica, sendo certo que estamos a falar de muito dinheiro e nem nos importa a este propósito o retorno material que este acontecimento possa vir a gerar. Estamos a falar de coisas diferentes, onde o retorno—a haver e esperamos que sim –é imaterial por natureza e por isso mesmo sem preço contabilizável. Se as Jornadas irão andar muito próximo dos 200 milhões, reconheça-se que é muito dinheiro. Mas desiludam-se aqueles que pensam que com essa quantia se faziam não sabemos quantas casas para pobres ou outras aplicacões semelhantes. Desenganem-se todos. Nem uma casa mais se faria e o dinheiro desapareceria na mesma, como sempre acontece. Se com essa elevada quantia se conseguir trazer para o campo do Bem, para o espaço dos Valores morais e da Justiça, 100 jovens que sejam que se conquistem para essa causa, bem empregado dinheiro, belo retorno conseguido.

A ilustrar esta nossa posição, permitam-nos os leitores que aqui transcrevemos uma mensagem que três jovens moças colombianas enviarem ontem mesmo a um casal de Coimbra (Torres do Mondego) que as acolheu uns dias antes do início da Jornada Mundial. Esta mensagem vale milhões pela nobreza que comporta, pela dimensão ética que este acontecimento possa trazer para estes tantos jovens que vieram do mundo e para o mundo vão partir de novo, esperamos que mais seguros e convictos dos valores morais que com estas Jornadas avivaram e confirmaram. Seja-nos permitido referir o nome do casal anfitrião destas jovens, a quem pedimos desculpa por revelar este facto a que não conseguimos ficar alheios. Trata-se de João Simões Seguro (Assinante de O Despertar) e Célia Teles, que felicitamos pelo belo exemplo, seguramente idêntico a milhares de outros que, se outro valor não tivessem e têm, valeriam pela nobreza que transportam consigo:

João e Célia: a nossa estadia em Coimbra, com vocês, foi como chegar em casa. Deus em sua infinita bondade nos deu a possibilidade de conhecê-los e desfrutar de seu amor, ternura e atenção. Agradecemos-lhes por nos emprestar a sua casa, a sua cama e as suas coisas. Obrigado por nos alimentar com comida deliciosa que nos encheu de energia. Obrigado pelos seus sorrisos, abraços, histórias e conselhos. Finalmente, obrigado pelo exemplo que nos deram de um casamento santo e um exemplo de seres humanos fortes, comprometidos, cheios de Deus e de uma família unida e alegre. Cada segundo vamos guardá-lo no coração. E vamos com um grande amor por Coimbra. Desejamos-lhe em nome de Deus muita saúde, bem-estar e bênções na sua vida. Que a Virgem Maria os acompanhe com o seu amor materno.

Com carinho, Lía, Luciana e Maria Alejandra.