O crescimento da procura no Centro de Portugal tem sido “verdadeiramente notável” nos últimos anos. O presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, entende que, neste setor, os resultados “não poderiam ser mais favoráveis”, traduzindo-se não apenas em números de turistas mas também em vários prémios e reconhecimentos, nacionais e internacionais, que tem conquistado.
Num encontro informal com jornalistas da região Centro, realizado na passada quinta feira, no restaurante Refeitro, na Baixa de Coimbra, Pedro Machado traçou um breve balanço da atividade turística no Centro e deu a conhecer algumas das iniciativas que se vão realizar, este ano, na região. O presidente da TCP recordou que, entre 2015 e 2017, a região subiu “sempre acima da média nacional em dormidas”, um crescimento de mais de 14,5 por cento em 2017, ano em que o país cresceu mais de 7,4 por cento. Verifica-se, contudo, um decréscimo a nível das dormidas entre janeiro e novembro de 2018 (-3,3 por cento), fruto da diminuição das dormidas de estrangeiros (-11,9 por cento). Contrariamente a essa tendência, aumentam as dormidas de residentes, em mais de cinco por cento, de acordo com os números provisórios relativos à hotelaria.
Numa breve análise aos números registados entre 2016 e 2017, a TCP considera que 2017 foi “um ano atípico e excecional”, podendo a visita do Papa a Portugal ter contribuído para esta grande afluência de turistas e visitantes, que se traduziu também em mais proveitos para a região.
Grandes eventos em 2019
O ano de 2019 antevê-se também um ano marcante para o Centro do país. Dos muitos eventos previstos, Pedro Machado destaca o regresso do Rali de Portugal à região, 18 anos depois, um evento que deverá atrair, entre 30 de maio e 2 de junho, mais de um milhão de visitantes à região.
No desporto, destaque ainda para a Maratona da Europa, em Aveiro, a 28 de abril; para o Campeonato do Mundo de Trail, em Miranda do Corvo, de 6 a 9 de junho; e para as provas de surf “Meo Rip Curl Pro Portugal” (16 a 28 de outubro), Pro Santa Cruz (8 a 13 de abril) e Nazaré Challenge (a partir de 1 de outubro). O ciclismo está também em evidência, com cinco provas do calendário internacional a disputarem-se na região – GP Beiras e Serra da Estrela, Clássica Aldeias do Xisto, Campeonato da Europa de Mountain Bike Downhill (Pampilhosa), GP Internacional Torres Vedras, Volta a Portugal e Grande Prémio Nacional. Irão realizar-se, ainda, a Taça Europeia de Clubes de Futebol de Praia, o Rugby de Praia na Figueira, a Taça do Mundo de Parapente em Manteigas, meias maratonas, entre outros eventos que prometem atrair muitos visitantes a toda a região.
Será também um ano intenso noutros setores turísticos, havendo uma forte aposta na oferta que valoriza a identidade desta vasta região que, pela diferenciação dos seus 100 municípios, oferece experiências diversificadas, conciliando locais património da humanidade, com a melhor costa de surf da Europa, termas e spas idílicos, locais de culto de importância mundial, belas aldeias, rotas pedestres e cicláveis fascinantes, entre muitas outras atrações que se encontram nesta região.
Pedro Machado defende que o Centro de Portugal tem “ativos invejáveis”, que vão da sua gastronomia, aos vinhos, passando pelo seu património natural, histórico e cultural. “Já temos dito que consideramos que a região Centro de Portugal apresenta condições extraordinárias para ser o luxo do século XXI. Um ‘luxo’ que concilia o desenvolvimento sustentado com ativos de valor inestimável como o tempo, o silêncio e a segurança”, assegura o presidente da TCP, garantindo também que o Centro tem ainda muito por onde crescer.
Centro: um mundo de possibilidades
De acordo com o TCP, no âmbito do seu Observatório, vão ser disponibilizados, no primeiro trimestre deste ano, inquéritos aos agentes turísticos. Será, ainda, lançada uma plataforma que agregará informação estatística do Instituto Nacional de Estatística, dos postos de turismo, teses, estudos e artigos relacionados com turismo.
O responsável da TCP dá ainda conta que é com “satisfação” que “encara a atenção com que, finalmente, o Governo olha para a possibilidade de se abrir Monte Real à aviação civil”, uma opção que considera “financeiramente viável, face à previsível relação custos/receitas”.
“Só os milhões de peregrinos que todos os anos vêm a Fátima chegariam para o justificar. Todos os santuários marianos na Europa dispõem de aeroporto nas proximidades, menos Fátima, que é o mais importante de todos. Toda a região sairia a ganhar”, realça o presidente.
Pedro Machado, que tomou recentemente posse para o seu último mandato, enaltece todas as potencialidades e possibilidades que o Centro oferece, uma região que tem hoje “algumas pérolas que nos ajudam a fazer este caminho de afirmação nacional e internacional”.