Se… o meu Primo Fausto não tivesse partido tão cedo, o nosso Jornal estaria na família Sousa, sem dúvida nenhuma.
O orgulho de ser Sousa foi passado de geração em geração como um símbolo de Liberdade de escrita e das pessoas.
O nosso avô António de Sousa e seus filhos Lúcia, Ângela, Artur, Armando e Toni lutaram por um País livre, tendo muitas vezes os seus escritos sido censurados pela Pide. Ainda hoje tenho escritos do meu Pai (Toni) “cortados” a azul pelos censores. Lembro-me de tardes passadas no Jornal a dobrá-lo e etiquetar, para ser enviado pelo correio. Lembro-me das conversas dessas tardes com o meu Pai e Tios, que me fizeram crescer pessoal e politicamente. Foi o meu Pai que me ensinou o sentido da palavra Liberdade.
Foram Eles que mantiveram o Jornal até ao final das suas vidas.
Depois o Faustinho, Coimbrinha de gema, defensor da Liberdade, reuniu as hostes e o Despertar continuou mais uns anos. Mas depois dele não podíamos continuar. Ficámos sem Líder.
O Toni e a Teresinha, o Tomané e a Paulinha, eu e a Fatinha tínhamos profissões diferentes e estávamos, muitos de nós, longe de Coimbra. Decidimos passar o Despertar a uma Pessoa Digna e Amigo dos nossos Pais, o Dr Lino Vinhal.
O Dr. Lino Vinhal conseguiu, com a Dr.ª Zilda como Diretora, levar a bom porto e fazer chegar aos 100 anos o Despertar.
A todos os que com os seus escritos têm colaborado com o “nosso” Jornal o nosso muito Obrigado.
Aos nossos Filhos, priminhos, que mantenham contacto uns com os outros e saibam respeitar a Liberdade e Educação transmitida pelos Avós.
Nota: Este título Preto no Branco foi o artigo semanal escrito pelo meu Pai Toni Sousa. A última vez foi usado pela minha Mana Fatinha há uns anos, também num aniversário do Jornal. Hoje cabe-me a mim a Honra de escrever com este título… com muitas Saudades de Todos.
TININHA SOUSA (filha de António de Almeida e Sousa, antigo diretor de “O Despertar”)