A imobiliária Predial Rainha Santa chega aos 35 anos numa fase de pleno crescimento. Habituada a encarar cada crise com mais trabalho e novos desafios, a empresa, sediada na Avenida João das Regras, em Santa Clara, Coimbra, continua a apostar na expansão e na diversidade da oferta, sempre com o objetivo de atrair novos clientes e de lhes assegurar a qualidade que procuram.
Assinalados ontem (18 de junho) de forma simbólica, os 35 anos da Predial marcam o início de uma nova etapa na vida da empresa que, apesar do estado de calamidade que se vivia no país, inaugurou em maio uma nova loja em Torres Vedras, preparando-se agora para avançar com a reabilitação de casas de aldeia, um mercado onde se estreia e que, como realça Ana Pires, gerente e proprietária da Predial, “tem um potencial enorme para explorar”.
Na Predial há 22 anos e habituada a lutar por grandes causas, Ana Pires lembra as “crises complicadas de 2006 e 2012”, cenários económicos difíceis que levaram a empresa a “reinventar-se e a ir à procura de novas oportunidades”. A Covid-19 trouxe uma nova crise. A empresa temeu os impactos que daí poderiam advir mas, apesar da crise ainda não ter passado, continua a trabalhar a bom ritmo, tal como estava a suceder desde 2015, com o mercado imobiliário em grande movimento.
Apesar dos tempos incertos, a Predial cumpriu a sua “agenda” e, tal como tinha previsto, abriu a nova loja em Torres Vedras. Foi uma “abertura de portas fechadas”, em período de confinamento social, mas foi um marco na vida da empresa, um sinal de “estímulo e de confiança” que a gerência quis dar não só à equipa como aos clientes. Com uma equipa de 17 profissionais, Ana Pires diz que a sua grande preocupação foi “não despedir ninguém”. Aliás, nesta fase, avançou mesmo com contratações e acredita que, na nova loja, tem capacidade para recrutar mais dois funcionários.
De portas abertas desde 6 de maio, esta está a ser mais uma aposta ganha, que está a explorar um mercado que tem muito potencial sobretudo para os reformados estrangeiros que escolhem Portugal para desfrutar desta fase mais tranquila das suas vidas.
Torres Vedras está a conquistar estrangeiros
Ana Pires lamenta que “Coimbra tenha muito pouca oferta”, o que levou a empresa a analisar outras zonas da região que respondam à procura que tem em carteira, sobretudo reformados estrangeiros, maioritariamente vindos de França, que procuram zonas “perto do aeroporto, do mar, dos hospitais, das farmácias e dos serviços.
“Torres Vedras oferece tudo isso. Fica a 50 km de Lisboa, a 13 km da praia de Santa Cruz, a pouco mais de 20 da Ericeira… As pessoas juntam ali praia, campo e ficam pertíssimo da capital. Fomos para lá para dar resposta a este mercado e, para além destes clientes que tínhamos em carteira, estamos a ser surpreendidos com o mercado nacional, que vem de Lisboa à procura de qualidade de vida”, explica.
Apesar de estar aberta há pouco tempo, a nova loja conta já “com um volume de vendas muito semelhante à de Coimbra”. A gerente espera que haja condições para que se realize o Salão Imobiliário de Versailles, em França, que foi adiado para setembro, onde todos os anos a Predial marca presença e onde angaria muitos clientes, que têm vindo fixar-se em Coimbra e na região, comprando ou arrendando casas. “Procuram qualidade de vida, saúde, segurança e tranquilidade e encontram tudo isso no nosso país. Portugal é um país muito atrativo mas para que venham e fiquem temos que ter imóveis em quantidade e de qualidade para lhes oferecer”, sublinha, acrescentando que a maioria procura casas até 200 mil euros, térreas e com pequeno logradouro e jardim.
Nesta área, “Coimbra levanta um problema grande porque não tem nada para oferecer”. Ana Pires lamenta que “os projetos demorem tanto tempo na Câmara”, o que leva os construtores a investirem mais na reabilitação, um setor onde “a cidade deu um salto gigante, o que é muito positivo porque Coimbra tem hoje recuperações muito boas e bem feitas”.
Aposta no turismo tem de ser melhorada
A proprietária da Predial teme, contudo, que a pandemia condicione a aposta que tem vindo a ser feita a nível do alojamento para turistas e alerta as entidades competentes, nomeadamente a Câmara Municipal, para a necessidade de “apostar mais em polos de atratividade, planos integrados que promovam o distrito no seu todo”, convidando o turista a ficar em Coimbra mas a visitar também os concelhos vizinhos e toda a riqueza que oferecem, desde a gastronomia, património natural (praia e serra), moinhos, aldeias do xisto, entre outras atrações.
Para além das lojas em Coimbra e Torres Vedras, a empresa conta ainda com um escritório na Nazaré e com duas comerciais na zona de Paris e é intermediária de crédito bancário licenciado no Banco de Portugal, oferecendo assim “um serviço completo”, que vai desde a angariação à venda e ao crédito bancário. Está a avançar também com um novo projeto, que visa a reabilitação de casas antigas, nas aldeias, para turismo rural. Para tal, criou o CAE de reabilitação de propriedades, que lhe permite investir nesta área, comprando e reabilitando casas de campo. Este é “um projeto ainda em embrião” mas que está já a mexer, com uma primeira casa numa das aldeias da Lousã.
“A nossa ideia é comprar casinhas muito velhas nas aldeias, recuperar tudo, manter a sua origem e tradição, mas apostando também na modernidade e no conforto. As pessoas estão cansadas da confusão da cidade, querem descanso e tranquilidade. A região Centro é riquíssima e, na minha opinião, está desaproveitada”, realça.
Ana Pires acredita que este projeto tem “muito por onde crescer”. Espera que o ano continue a correr como até agora, apesar da pandemia, estando confiante que irá chegar a dezembro “com o mesmo volume de vendas do ano passado”.
“Chegamos aos 35 anos a crescer. A quebra não foi tão dura como temíamos, mantivemos os negócios, estamos a vender e esperamos continuar a manter a confiança de todos, para que o futuro possa ser promissor tanto para a equipa como para os clientes”, sublinha.