9 de Dezembro de 2024 | Coimbra
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MANUEL BONTEMPO

Postal Ilustrado

19 de Outubro 2018

Há pessoas que não têm o zelo amargo dos frustrados e todos os dias inventam, pintam, poetizam, embelezam este mundo com paixão na sua humanidade lapidar inerente às filosofias estéticas do seu credo.

É o caso dos médicos Luís Rebelo e Isabel Jacob, ambos gostam de pintar, ou de escrever poesia, o primeiro num afã constante com algumas exposições no país e a segunda, a senhora, portanto toma a beleza artística como o poder assombroso da criação. Observa e vê e em telas de pequena dimensão dá os primeiros ensaios com segurança confundindo a crítica no melhor sentido com tanta largueza de perspetivas.

A função superior de “tratar de doentes” não lhes rouba uma sólida ética de sentimentos ou uma psicologia profunda, com raízes fortes na cultura, do saber, manifestação singular de dois médicos com raízes acentuadas nas humanidades.

É um procedimento humano, pessoal e pouco vulgar, o tempo que dispõem em termos enternecidos de expressão de bons sentimentos como agentes válidos da cultura da cidade de Coimbra.

A pintora (não leve a mal que a trate assim) voltou-se para o urbano com especial encanto (inédito) de retratar as janelas invulgares do nosso burgo. Uma descoberta ou documentação abundante que o traço da artista fixa, modifica, transforma num fulgor que nos faz pasmar pela segurança do traço.

A sua poesia é vida. É coisa sensível. Mexe com a gente!

Com os trabalhos de Luís Rebelo por demais conhecido, há mais de vinte anos tivemos o privilégio de escrever a sua arte, há sempre o amor ou a simpatia pelo ser humano como foi o caso em Roma, na visita ao Papa, com trabalhos executados para o efeito.

Isabel Jacob a sua ainda recente pintura lembra a sua poesia, amor, alegria, sentimento, a secreta inspiração dum amor veemente pela beleza, ou a sedução de bem-aventurança que nos transmite quase numa metodologia aristotélica que lhe permite observar o mundo largo onde o ser humano se move!

Figuras de valor, como médicos, mas extravasam as ideias que os distinguem para fora e assim estas figuras da cidade transcendem o feio, o mal, a morte.

Tudo nestes dois personagens é valia, talento, e nada permanece acessório. São os dois na sua arte.

Luís Rebelo é já um nome bem conhecido!

Mas Isabel Jacob não é fotógrafa da natureza e nem se apoia em meros epílogos do corcomido naturalismo.

Parte de dentro para fora como demonstrasse no panteísmo de alguns quadros!

No fundo gente ilustre da nossa querida cidade!

Estes dois médicos criam o seu friso humano, como escrevessem um grande romance à maneira de Proust.

Figuras populares. Figuras da cultura!


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