É um ser muito curioso pela pintura e de sensibilidade para a cultura plasmada em livros, não raro gosta de debates e discussões sobre a ciência relativa.
Vimos os seus primeiros trabalhos de pintura a óleo cujos temas se debruçam sobre Coimbra, monumentos, janelas singulares e ainda a paisagem que é uma espécie do seu mundo onírico a lembrar as Metamorfoses de Ovídio em meia-dúzia de quadros definidos rigorosamente com um bom desenho e um cromatismo pseudo-introspetivo, antes, quadros a parecer águas-fortes de uma pintora a despontar na nossa terra.
Por outro lado mercê da sua cultura empírica tem em si uma perceção transcendental que não se absolutiza, antes, é um credo relativo da fragilidade das coisas do efémero, num binómio curioso do conhecer e do ser parafraseando Tomás Aquino.
Pinta dentro dos limites definidos rigorosamente conforme a sua visão do mundo e a sua ainda pequena obra e a sua inteira liberdade empresta-lhe o caminho para pisar terreno seguro.
Gostámos de tudo o que vimos para podermos afirmar os méritos no desenho mas com longo caminho pela frente.
A arte para Isabel Jacob é uma rara intuição, coisa que nasce, o destino que leva a aceitar um trilho pessoal, diferente, de análise permanente dos fenómenos da cultura.
Curiosa, esta médica tem o entusiasmo dos mestres, quando começaram os irmãos Berardo, Zé Penicheiro, Teska, Lúcia Maia, Alda Belo, Helena Toscano, Vítor Matias, Mário Silva e outros, Pinho Dinis, Leonor Correia, Rosa Maria…
Artista que mostra uma dezena de quadros, uma espécie de odes de fogoso romantismo como trabalha o cromatismo e transmite a mensagem sensível dos temas que se servem das ideologias do pensamento humaníssimo de Renan, a pintora-médica tem magníficos trabalhos que devem ser expostos na Ordem dos Médicos!
A inquietude mental de Isabel Jacob assim o exige!…