A 11/9/1891, suicidava-se Antero de Quental, um dos meus Poetas de eleição. A assinalar a efeméride, escrevi o seguinte poema há 30 anos (o qual faz parte do livro da minha autoria, intitulado “Paranóia – Sonetos do Reencontro”):
Pensei em suicidar-me como Antero
Num banco dum jardim, de mente fria.
Pensei, pensei, mas deu-me uma agonia
E agora suicidar-me já não quero.
Fazê-lo por vontade? – orgulho mero!
Fazê-lo por desleixo? – cobardia!
Mais vale então esperar p’lo final dia
Em que tudo regressa ao próprio zero.
Mas até lá como hei-de então viver,
Se me provoca tédio já escrever
Sobre o que penso e sinto mal ou bem?
Talvez me fine como sempre quis:
Brincar com Deus e o Mundo e ser feliz
E ao colo adormecer de minha Mãe!