Criar e recriar é a função da poesia. O que faz este notável poeta é pegar no destino humano e prometer aos homens outra visão do mundo diante do mistério das palavras, das alegorias, das metáforas, ou ainda por uma angústia avassaladora de transmitir a salvação da espécie humana num momento de crise de valores.
A poesia de Paulo Ilharco estimula o leitor e aguça os instintos, as emoções, aflora as consciências quando se associa as formas e esmiúça os fenómenos psíquicos, o amor, o ciúme, a paixão, as imagens e um conjunto de sensações adormecidas.
A poesia é para este poeta exuberante, a beleza transfigurada e desde a poesia quinhentista que se sente na poética de Paulo Ilharco a ideia dos valores culturais e é essa ideia que anda muito arredada dos poetas que surgem aos montes e que todos os dias lançam gongoricamente os seus livros…
A poesia em Coimbra, terra fadada para o verso, para o canto, uns tradicionalmente glorificados e outros editados numa mera disciplina rebarbativa e de consumo caseiro que traduz o interesse dos salões mundanos de editar mais uns livros para os pseudo-autores se encherem de ridícula vaidade…
Paulo Ilharco é um poeta autêntico, diferente, culto, numa obra, diversificada e heterogénea na poesia portuguesa.
Como José Régio, António Arnaut e Jorge de Sena aproximam a poesia com certos aspetos relevantes da poesia estrangeira, da francesa, no estofo de desvendar mundos interiores que, no caso de Paulo Ilharco, tem mundos soberbos ou uma larga dimensão ontológica.
Consagrado no mundo das letras é o breviário de uma dezena de livros lidos e discutidos no mundo da arte!