5 de Dezembro de 2025 | Coimbra
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Os compromissos de Francisco Rodeiro para Santo António dos Olivais

5 de Dezembro 2025

A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais iniciou um novo ciclo político, marcado pela continuidade da equipa e por uma nova relação com o executivo municipal. O presidente reeleito, José Francisco Pereira Rodeiro, 73 anos, advogado formado na Universidade de Coimbra e residente há mais de cinco décadas na cidade, afirma que continuará a haver respeito mútuo e colaboração entre autarquias, mas lembra que várias intervenções dependem sobretudo da Câmara Municipal, responsável por aprovar e financiar projetos que considera fundamentais para uma das maiores freguesias do país.

O combate à pobreza, apoiado numa rede de instituições, a criação de novos parques infantis e a requalificação de ruas degradadas compõem o quadro traçado pelo autarca, num território onde, afirma, o objetivo é garantir que “ninguém fique para trás”. Além de melhorias na higiene e limpeza urbanas, Rodeiro quer reforçar as respostas sociais e concretizar obras simbólicas, como a requalificação do Anfiteatro da Calçada do Gato e da área da Romaria do Espírito Santo.

 

Relação com a Câmara, balanço e expetativa

“Na Junta mantém-se, de forma bem parecida, a coligação Juntos Somos Coimbra, mas na Câmara Municipal, como é sabido, a composição alterou-se radicalmente”, diz. “Estamos, por isso, na expetativa do pensamento do atual executivo camarário, nomeadamente da sua presidente e do vereador com o pelouro das Freguesias. Todavia, estou convicto de que o relacionamento entre as duas instituições públicas vai pautar-se pelo respeito mútuo e pela colaboração, porque são fatores indispensáveis para o desenvolvimento quer da cidade, quer desta freguesia, que tem um peso muito grande no tecido orgânico do município de Coimbra”.

Sobre o mandato anterior, considera que o relacionamento institucional “correu bem”, com obras retomadas e projetos da freguesia concretizados ou em curso: “Nestes últimos quatro anos, correu bem: não só foram recuperadas obras que estavam há muito na ‘gaveta’, como também aquelas que a freguesia ia apresentando foram ou concretizadas, ou estão em vias de ser. O passado, do nosso ponto de vista, esteve bem; não esteve perfeito, porque nada é perfeito nas nossas vidas, mas esteve bem. O importante agora é o futuro”.

 

Qualidade de vida, do quotidiano à ação social

Esse futuro organiza-se, nas palavras de Rodeiro, em três planos, sob a ideia de “qualidade de vida”. No primeiro, o do quotidiano, sobressaem higiene, limpeza urbanas e gestão dos espaços verdes. “Os eleitores e residentes fazem muito bem em ficar à espera de que as coisas corram bem na higiene e na limpeza urbanas. É aí que temos de melhorar substancialmente. Também no arranjo dos espaços verdes, dos jardins e demais sítios que devem ser restituídos às pessoas, para caminharem e usufruírem. Infelizmente, temos muitos espaços dessa natureza que reclamam urgentemente uma intervenção: ao nível dos equipamentos, da limpeza e, sobretudo, do corte das plantas invasoras, que dificultam muito – ou quase impossibilitam – o usufruto desses espaços públicos”.

No segundo plano, junta ação social e cultura. Reconhece um fenómeno “preocupante”, o aumento da pobreza, e defende o reforço da rede de apoio existente, “não para eliminar – porque é impossível eliminar a pobreza – mas para a reduzir substancialmente”. “Com as dificuldades que a vida vai oferecendo, assistimos a um fenómeno preocupante. Felizmente, a freguesia tem uma rede de estruturas e instituições que acorrem às pessoas mais vulneráveis, e a Junta está na linha da frente. Continuamos a apostar no combate à pobreza e na dignidade, na dignificação da pessoa humana”. Em paralelo, garante continuidade na política cultural, entre a chamada cultura popular – folclore e marchas – e uma vertente mais erudita, com divulgação de escritores, poetas e intelectuais ligados à freguesia.

 

Obras estruturantes e dependência municipal

O terceiro plano centra-se em obras e requalificações que extravasam a capacidade financeira da Junta e exigem decisão municipal. “Há intervenções que não dependem só da Junta, dependem sobretudo da Câmara, que financia e aprova os projetos”, sublinha. Na primeira linha surge o Anfiteatro da Calçada do Gato, “uma velha luta” que considera “absolutamente necessária”: “A requalificação do Anfiteatro da Calçada do Gato é uma velha luta desta freguesia; tem sido uma luta inglória até ao momento, mas não deixarei de apostar nela, porque é uma obra absolutamente necessária. Está ali um espaço nobre, bonito, aprazível, que infelizmente não pode ser explorado nas suas capacidades, porque manifestamente não reúne condições. Toda a gente que o vê acha que é uma pena, um desperdício. Embora com investimentos não direi muito avultados, mas consideráveis, podemos transformar ali um espaço público muito agradável para atividades ligadas à música, ao teatro, à dança”.

“Quero sensibilizar os novos inquilinos da Câmara Municipal para esta importância. O projeto não é só importante para a freguesia, é também para a cidade, que não tem um espaço ao ar livre equivalente. Seja com recurso da Câmara, seja com os recursos da Junta, em simultâneo, de mãos dadas, temos de dar uma solução ao caso, até porque é um espaço municipal”. A segunda intervenção destacada é a área da Romaria do Espírito Santo, que, segundo Rodeiro, “já tem corpo” e se encontra em fase de estudo e apreciação na Câmara Municipal de Coimbra, através da Divisão de Apoio às Freguesias.

 

Equipamentos de proximidade, parques e desporto

Na escala de bairro, o presidente considera “fundamental” criar condições para crianças e idosos. Recorda dois parques infantis construídos no mandato anterior e anuncia o lançamento de um novo parque infantil e de lazer nos Olivais, zona central ainda sem este tipo de equipamento: “A qualidade de vida passa muito por dar condições às nossas crianças e às pessoas de idade mais avançada. Uma rede de parques infantis é importante aqui na freguesia”.

Em seguida, aponta como prioridades a Urbanização das Nogueiras e a Fonte da Talha: “A Fonte da Talha, reconheço, é uma zona que precisa de mais intervenções dos poderes públicos. Eu, como presidente da Junta, não quero que ninguém fique de fora. É o lema desta freguesia: ninguém fica para trás. Todas estas zonas, mesmo fora do centro da freguesia, merecem o nosso cuidado e a nossa atenção”. Sobre a Portela, descreve uma zona em franca expansão urbana, com milhares de pessoas e falta de estruturas de lazer e desporto. Considera o parque existente “escasso” e defende a sua ampliação, bem como a criação de um parque desportivo ao ar livre, com resposta para atividades como basquetebol ou futsal.

 

Desafios do mandato e execução das prioridades

No plano político, o presidente interpreta a recondução como validação do trabalho desenvolvido e reforça a ideia de proximidade. “Quem ocupa um lugar público não pode estar distante das pessoas. Nas freguesias somos a primeira linha de combate – utilizando um termo militar – na resolução dos problemas das pessoas. Não são todos os problemas, mas são problemas muito importantes para quem aqui vive. A vitória eleitoral mostra que as pessoas entenderam que houve um trabalho sério, honesto, dedicado e de muita proximidade. Essa postura é contínua e vai manter-se nos próximos quatro anos”.

Invoca ainda a dimensão demográfica da freguesia, com uma população que, na sua perspetiva, deve chegar “aos cinquenta mil habitantes”. Parte das prioridades depende agora de decisões camarárias e de procedimentos administrativos em curso, desde o estudo sobre o investimento na Calçada do Gato à clarificação da situação do projeto da Romaria do Espírito Santo, passando pelo concurso para o parque dos Olivais e pelo avanço das expropriações para alargamento de passeios, entre outros dossiês. É neste cruzamento entre promessas, meios disponíveis e escrutínio público que se jogará, nos próximos quatro anos, o resultado efetivo do mandato em Santo António dos Olivais.

 


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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