Nasci numa Prisão que não tem muros.
A Liberdade em ser perante apuros
Não exige prudência em sentimento.
O mar, a chuva, a tempestade, o vento,
Esses, sim, são tão livres que se omite
A Imensidão do espaço sem limite.
Cresci nos cravos encarnados da nação
Que é regada p´la minha opinião.
Vociferei com alma o estranho afã
De não me contentar com o Amanhã.
Não me chegam os dias que já tive
E os outros que hei-de ter só porque vive
O Dom que me ofertou a Eternidade
À procura de um verso – a Liberdade!
Partirei quando lágrimas sorrirem
À Porta de outras portas que se abrirem.
Deus esteve presente em quase tudo…
– Excepto quando a voz me tornar mudo!
Mas, rebelde que sou, ah, eu prometo
Eternizar um cravo, mesmo preto!
É que Deus pode ser o que eu quiser:
Um homem ou até uma mulher!
Será tal muro da Prisão transposto,
Quando eu for livre em oscular Seu rosto!