Um grupo de cidadãos, de diferentes quadrantes políticos, constituíram, no sábado, durante uma reunião realizada em Coimbra, o Observatório de Saúde António Arnaut, que tem como objetivo defender e apoiar a modernização e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Coordenado por Américo Figueiredo, subdiretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), este Observatório defende “a sustentabilidade daquilo que é hoje o pilar da coesão social”, como explicou o professor catedrático à Lusa.
Criado em 1979, tendo o então ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut como principal impulsionador, o SNS tem sido “o pilar e o sustentáculo do Estado Social”, acrescentou, dando ainda conta que, ao longo de quase 40 anos, o SNS contribuiu para “estabilizar a sociedade”.
Este Observatório de Saúde foi criado por um grupo de cidadãos interessados na área da saúde, incluindo de outros setores profissionais, como o advogado António Manuel Arnaut, filho do patrono. Os fundadores partilham, como explicam, “os ideais humanistas e republicanos de acesso à prestação dos cuidados de saúde sem qualquer discriminação de raça, de credo ou de nível socioeconómico”.
Este Observatório enaltece e homenageia o trabalho realizado por António Arnaut nesta área. Recorde-se que o advogado faleceu no ano passado, a 21 de maio, aos 82 anos, tendo dedicado grande parte da sua vida à defesa do SNS. Um dos seus últimos contributos foi a publicação do livro “Salvar o SNS – Uma Nova Lei de Bases da Saúde para Defender a Democracia”, redigido em coautoria com o médico e antigo coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo, que faleceu também no ano passado, a 17 de julho.