Há muitas pessoas que têm a ideia de que seguir uma alimentação saudável significa retirar alimentos do seu dia-a-dia. Mas será que é mesmo assim? A nutricionista Catarina Ferreira (CP 3350 N), com consultório em Coimbra, explica que numa alimentação saudável “há espaço para tudo”. “Aquilo que torna um alimento saudável ou não é a quantidade em que é consumido”, disse.
De facto, todos os alimentos devem integrar a alimentação do ser humano. Desde a massa, arroz, batata, o pão, aveia, a carne, o peixe, os derivados de soja, bem como as leguminosas, os lacticínios e a fruta “devem estar presentes nos pratos”. “Não é preciso muito mais do que isto para ter uma alimentação saudável, completa e equilibrada. Agora, as quantidades é que devem ser ajustadas a cada pessoa”, reforçou a profissional.
Atualmente, segundo a nutricionista, as pessoas preocupam-se cada vez mais com a alimentação. “Noto que a população se preocupa muito em ler rótulos, as quantidades que devem consumir, além da parte estética e da saúde”, referiu Catarina Ferreira.
E será que podemos comer de tudo? “Os alimentos “menos bons” não precisam de ser retirados, mas sim controlar as quantidades”, salientou.
De acordo com a profissional, é possível ir a um restaurante e comer de forma saudável, bastando “perceber o tipo de refeições que fazemos e com que frequência”. “Há pessoas que têm a ideia de que os pratos de peixe são mais saudáveis, mas, por exemplo, um bife grelhado é melhor do que um peixe frito”, esclareceu.
Também há quem opte por uma alimentação alternativa, como a vegetariana ou vegana. E sim, “é possível ter uma alimentação saudável mesmo sem a ingestão de certos alimentos”. No entanto alerta “que quando há essa transição é aconselhável a pessoa ser acompanhada por um profissional, pois quando retiram esses alimentos podem não fazer as substituições corretas e levar a um défice de nutrientes”.
“Há também mais pessoas que se preocupam com a diminuição do consumo de carne e peixe por causa da sustentabilidade e até me perguntam se há problema em fazer uma refeição vegetariana, mas não, não há qualquer inconveniente, eu até aconselho”, adiantou.
Quem procura pelos nutricionistas?
Para hábitos saudáveis e perda de peso “são maioritariamente mulheres”, afirmou Catarina Ferreira ao referir que os homens “procuram por estes profissionais devido a questões associadas ao desporto”. Já em idade, a nutricionista adianta que vai dos 18 aos 60 anos. “Quanto mais a idade avança maior é a preocupação com a saúde, mas nos mais jovens é mais por questões de estética e acredito que esteja relacionado com a pressão imposta pela sociedade da ideia do corpo perfeito”.
O papel do nutricionista
É muito importante o papel de um nutricionista. “Nós aconselhamos sempre um plano alimentar que traga vantagens a nível da saúde intestinal, metabólica e até mental”, destacou. Além disso, referiu a importância de as pessoas estarem atentas aos rótulos “e fujam daquilo que a indústria alimentar tenta incutir”. “É aquela questão de não julgar o alimento pela embalagem”, frisou.
Catarina Ferreira deixa ainda o apelo a que todos os pacientes peçam ajuda aos profissionais inscritos na Ordem dos Nutricionistas. “Há quem não faça parte da Ordem e não esteja habilitado a fazer planos alimentares e isso pode trazer consequências graves na saúde das pessoas”, advertiu a profissional.