I
Ofereceram-me um quadro, são rosas
Vermelhas, sarapintadas, apaixonadas,
Incrustadas e alimentadas num inebriante campo verdejante.
O pintor entranhou tudo num jarro cativante,
De castanho matizado, flamejante.
II
Uma rosa representa paixão,
Tantas rosas, o meu vadio coração.
De uma delas, retiro pétalas p`ra cobrir o chão,
N`outra … nela disfarço a solidão!
Tao fortes, caprichosas todas, por isso, a minha emoção.
III
Dou estas rosas à Santa da Cidade,
Com propósito de agradecida humildade.
Ela sorri, jubilosa, Santa Isabel de Coimbra,
Que Sempre foi e é ainda.
No seu imaginoso regaço, aí recolhidas,
As rosas transforma em pão.
P´ra dar a tantos pobres que a rodeando estão.
Milagre, milagre, milagre, grita toda a população!
IV
Ó rosas vermelhas!…
Ó sonhos, sonhos, sonhos,
Quão efémeros hoje estais.
Longe da vida difícil e dos portais,
Dos quintais,
Onde floresce a vida virtual.
(Ao Dr. Américo Petim ofereço estes versos, reconhecendo a sua arte).
São Rosas Ou O Pão Dos Pobres, Rainha?