Esteve bem o DUX VETERANORUM da ACADEMIA DE COIMBRA em entrevista ao jornal DIÁRIO DE COIMBRA acerca do que observou neste recente CORTEJO DA QUEIMA DAS FITAS. “HÁ MUITOS SACRILÉGIOS DURANTE O CORTEJO” – opinou o DUX, MATIAS CORREIA, em quem confiamos para corrigir o muito que está mal e quase infantilizado e alcoolizado na Festa. Igualmente formula inquietação relativa a aspetos que têm dado uma nova máscara, muitas vezes negativa, a Coimbra e à Universidade, no que respeita à PRAXE ACADÉMICA, nos tempos mais recentes. Julgo que devido à criação de vários estabelecimentos de ensino superior pelo país, a PRAXE ACADÉMICA EM COIMBRA deixou-se “INFILTRAR” por atitudes lesivas da dignidade humana e do bom senso oriundas de outras latitudes, para além de haver algumas fissuras no ato de bem trajar até ao mau uso das insígnias e excesso de carros no Cortejo, faltando uma ligação afetiva com o público que assiste ao Cortejo, e muito em particular com os familiares dos ESTUDANTES.
Estive na Direção da ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA em dois mandatos e apelei, aliás com pouca ou quase nenhuma recetividade para esta Associação fazer pedagogia em relação à PRAXE ACADÉMICA, reaplicando o que era e foi POSITIVO e procurando banir outros aspetos quase comprometedores de uma sã convivência comunitária. Há uma espécie de medo subjacente em criticar e ajudar a melhorar e os estudantes não aceitam bem a crítica porque querem impor novos métodos. Não apurei quantos casos de COMA ALCOÓLICO foram registados neste Cortejo que devia ser esclarecedor da OPINIÃO PÚBLICA para o facto de Portugal ser, de forma preocupante e que nos envergonha, um país grande consumidor de bebidas alcoólicas e com imensos e vergonhosos casos de alcoolismo. Pelo contrário: os DEPRIMENTES BANHOS DE CERVEJA transformaram-se em algo habitual, por parecer inevitável, um cartaz ridículo e afugentador da Festa Académica, uma espécie de réplica da TOMATADA ESPANHOLA que há dois ou três anos foi dada como exemplo… a não seguir. Urge perceber se há interesses comerciais na introdução da cerveja na Queima e em concreto no Cortejo. Por paradoxal que pareça estamos numa região vinícola e de espumantes e a cerveja arredou estes produtos antigamente no interior dos carros de um modo quase geral e de forma mais comedida. É evidente que a FESTA É DOS ESTUDANTES, mas estes estão na Universidade e nos Diversos Estabelecimentos de Ensino Superior para aprenderem as matérias específicas para as suas vidas profissionais. Não é, contudo, paternalismo, que os SENHORES PROFESSORES possam estar atentos aos comportamentos eventualmente DESVIANTES dos seus alunos porque a UNIVERSIDADE DE COIMBRA tem que continuar a produzir CIDADÃOS DE EXCELÊNCIA apetrechados pelo mais elevado CONHECIMENTO e pelas mais avançadas COMPETÊNCIAS. Se o MAGNÍFICO REITOR e os DOCENTES nos seus vários graus se dissociarem da formação integral dos seus alunos e da VIDA EM COMUNIDADE ACADÉMICA e EXTRA-ACADÉMICA destes, receio que o futuro esteja hipotecado e que o ESTUDANTE DE COIMBRA seja praxística e socialmente, um prolongamento mal conseguido, caricato e pouco aperfeiçoado, dos adolescentes alunos dos Liceus e das Escolas Secundárias e Profissionais. Custa-me ver a tendência para a asneira e asseguro-vos leitores que ao escrever este texto receio que venha a ser considerado persona non grata para os meus queridos atuais colegas da ALMA MATER que a todos nos tem acolhido ao longo de tantos e tantos séculos. Desculpem-me, pois, este ar não-convidado e espécie de TUTOR-CROMO que apenas deseja ver a nossa UNIVERSIDADE presente na linha da frente das Universidades europeias e mundiais refletindo saberes específicos de excelência e comportamentos quotidianos que sejam um belo exemplo para todo o mundo.
E não me venham falar que cortaram a LIBERDADE DE EXPRESSÃO a um carro que alegadamente quis, de forma sibilina, trazer a primeiro plano, num exercício quase camuflado, o utilizar em palavra composta um dos episódios mais negros da HISTÓRIA MUNDIAL que tenho horror em narrar nestas colunas para evitar vómitos porque os campos de concentração e o horror provocado pelos nazis é que foram um atentado à Liberdade e à Dignidade Humana. E não ponham CRAVOS VERMELHOS (mesmo um único em flores de papel pode secar) onde deve existir RESPONSABILIDADE SOCIAL, ACADÉMICA E HISTÓRICA e ATOS para evitar que SANGRENTOS E PUNGENTES ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS NÃO SE REPITAM. Pela liberdade saiu um dia de Coimbra a Caminho da Figueira um BATALHÃO ACADÉMICO comandado por ZAGALO. Esse é que foi um CORTEJO DE DIGNIDADE E HONRA e sem cerveja para defender a Pátria. Um cortejo que avançou destemido e com armas PELO PROGRESSO, PELA FÉ E PELO REI de então, o supremo chefe do país que a todos nos representava. Menos intolerância, ou por outras palavras, em PORTUGAL SÓ NÃO TÊM DIREITO À LIBERDADE AQUELES QUE SÃO CONTRA A LIBERDADE OU IRRESPONSÁVEIS OU USAM UM CRAVO VERMELHO ONDE DEVIAM INSCREVER MEA-CULPA. OS SENHORES PROFESSORES INDIGNARAM-SE E ESTÃO CHEIOS DE RAZÃO. É o meu ponto de vista, embora admitindo que muitos venham a dizer que estou errado.
Um F.R.A! por uma ACADEMIA DE COIMBRA ÍNTEGRA, ALEGRE E FELIZ, FRATERNA, RESPONSÁVEL E MERECEDORA DA ADMIRAÇÃO E DA SIMPATIA DE TODOS OS PORTUGUESES.