A atribuição da Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra foi um dos momentos gloriosos na vida de “O Despertar”. Decorridos 62 anos anos da sua fundação, o jornal vê o seu trabalho ser reconhecido com ouro pela Câmara de Coimbra.
“Foi com júbilo e emoção que recebemos a notícia”, lê-se na edição de 14 de março. A atribuição da Medalha de Ouro a “O Despertar” foi proposta pelo vereador Eng. Júlio Couceiro, por ocasião das celebrações do seu 63.º aniversário. Desta forma, pretende distinguir o “bissemanário local” que “desde sempre se tem defendido como acérrimo defensor dos interesses da cidade e do concelho, além de manter, desde sempre, uma conduta e coerência na defesa dos ideais republicanos, da democracia e da liberdade”.
Era, desta forma, “pela primeira vez solicitada para uma instituição” a atribuição da Medalha de Ouro da Cidade, o que levou a autarquia a analisar o regulamento antes de aprovar a proposta, por unanimidade, mas “submetendo-a à deliberação da Assembleia Municipal”.
A tão ansiada aprovação surgiu meses depois, a 6 de junho de 1979, confirmando-se assim que “O Despertar” iria receber “tão honroso como justo galardão que pela primeira vez no género é concedido e que marcará um dos mais altos momentos da vida do nosso querido jornal que tem um longo historial nos seus 62 anos de existência”.
Este reconhecimento surge numa altura que o jornal atravessa uma “situação difícil” em termos financeiros. “Têm os Pioneiros de ‘O Despertar’ suportado todas as arremetidas e só com arreigado amor à Causa, e de manter bem viva a chama sagrada do saudoso António de Sousa, a obra ainda se mantém”, lê-se na edição de 8 de junho, sublinhando-se ainda que “só com o apoio e colaboração dos conimbricenses puros, se poderá longar tão desejada sobrevivência”.
O vereador Júlio Couceiro, que apresentou a proposta à Câmara Municipal, considera que ao aprovar esta distinção a AM “não cumpriu mais que o simples acto de justiça para com quem ao longo de 62 anos defendeu intransigentemente pergaminhos da sua cidade, os interesses da população e os ideais democráticos de um povo”.
“O Despertar” vibra com o reconhecimento da autarquia, “grande” e que “jamais será esquecido” e lembra que esta distinção “é o resultado de um reconhecimento do que temos feito em prol de Coimbra, sua região e do País”. Promete, por isso, apesar das dificuldades, “continuar a trabalhar, até que a ‘corda’ que estrangulou tantos e tantos dos nossos colegas da Imprensa Regional, nos faça o mesmo”.
A Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra foi entregue num dia de grande simbolismo, o 5 de outubro, integrando o programa das comemorações da Implantação da República. Foi entregue à viúva de António de Sousa, Maria do Carmo Sousa.
Medalha de Ouro dos Bombeiros Portugueses
Foi neste ambiente de alegria e emoção – e enquanto aguardava pela aprovação da AM – que “O Despertar” recebeu, a 15 de março, também outro honroso galardão – a Medalha de Ouro (duas estrelas) da Liga dos Bombeiros Portugueses. Esta distinção reconhece os “serviços valiosos e transcendentes prestados à causa do socorrismo”, tendo sido a proposta apresentada pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra.
A medalha foi entregue, na Escola dos Regentes Agrícolas de Coimbra, ao diretor António Almeida de Sousa que, de forma emocionada, agradeceu a distinção e enalteceu a importante ação dos bombeiros portugueses.