A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem vindo a alertar a sociedade portuguesa para a realidade ainda obscura da violência praticada contra as pessoas idosas. É também com essa preocupação que acaba de lançar uma nova campanha de sensibilização, que desafia todas as pessoas a olhar de frente para este problema.
Com o mote “Olhar para o lado é ser cúmplice deste crime”, a campanha pretende lançar um apelo a todos os portugueses para que não desvalorizem e para que denunciem, podendo fazê-lo através do número 116 006, todos os dias úteis, das 9h00 às 21h00.
A APAV lembra que “o envelhecimento da população mundial e muito particularmente das sociedades europeias constitui um dos maiores desafios do século XXI”. De acordo com dados do Eurostat, Portugal será um dos Estados-Membros da União Europeia com maior percentagem de pessoas idosas e menor percentagem de população ativa em 2050. A Organização Mundial de Saúde (OMS) receia que este aumento, associado a uma certa quebra de laços entre as gerações e ao enfraquecimento dos sistemas de proteção social, venha a agravar as situações de violência.
A APAV reconhece que “a violência contra as pessoas idosas é uma questão social, de segurança e de saúde pública”, considerando, por isso, que “o combate eficaz deste problema contribui para um futuro mais inclusivo, em que todos sejam respeitados em cada ciclo da vida, nomeadamente no contexto de um envelhecimento ativo e saudável”.
Entre as várias ajudas que presta, a associação apoia as pessoas idosas e as suas famílias, prestando-lhes apoio jurídico, psicológico e social. Conta, também, com a colaboração de outras instituições, públicas e privadas, bem como de vizinhos e conhecidos das vítimas, cujo papel pode ser muito importante, sobretudo na denúncia das situações de violência.
“A consciencialização da população conduziu ao incremento do número de pessoas apoiadas. Contudo, há ainda muitos obstáculos, como as barreiras mentais, a dificuldade de acesso e compreensão da informação, a dependência, a vergonha e a fragilidade persistem aliadas à perceção pouco generalizada do problema”, explica a APAV.