Tudo se vai conjugando para que o Partido Socialista consiga vencer tanto nas europeias como nas legislativas, de forma expressiva. Tem cada vez menos obstáculos internos e, aquele que poderia ser o seu adversário mais poderoso, continua a dar tiros nos pés e a afundar-se nas lutas internas pelo poder.
São poucos os que acreditam em Rio como o líder do futuro PSD, condicionado que está por vários fatores: a herança de um PSD que carrega o fardo da troika, a ausência de um programa capaz de mobilizar a sociedade civil, a falta de carisma, o discurso do burocrata em detrimento do político e, sobretudo, a divisão interna que já provocou ruturas significativas entre PPD´s e PSD´s.
Ainda assim o laranjal é um partido apetecido e, como vivemos em democracia, as lideranças podem e devem ser disputadas. Montenegro vislumbrou essa oportunidade, talvez empurrado pelo descontentamento reinante de uma parte significativa dos militantes – aqueles que acreditam que um novo Cavaco emergirá, mais dia menos dia, quando for a altura de fazer rodagem a viaturas novas no âmbito de prometidos congressos.
Foram 15 dias agitados mas tudo não passou de fumaça, como diria Pinheiro de Azevedo. Luís veio a terreiro desafiar Rui para um duelo inesperado, mas não tinha armas suficientes para derrotá-lo. Contou mal as espingardas, o timing foi desastroso ou então… tudo não passou de uma encenação, de um posicionamento estratégico daquele que se prepara para ser alternativa lá mais para a frente, quando os resultados eleitorais começarem a desabar sobre as cabeças da sociedade Rui & Rio C.ª Ld.ª.
Aguardemos. Por enquanto o monte vai negro e o rio (ainda) corre para o mar.