Na tarde do passado sábado, dia 24 de novembro, decorreu na sala Beleza dos Santos da Faculdade de Direito, uma Aula Aberta subordinada ao tema «Regulação dinâmica dos media, uma solução digital e global? Como, quando e para quê? Podem as redes sociais ser novos media?».

A sessão, que teve como orador o bem conhecido João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, foi apresentada por João Nuno Calvão da Silva, Diretor-Executivo do Instituto Jurídico da Comunicação.

Não irei aqui explicitar todo o relevantíssimo conteúdo da aula, mas tão somente destacar que na alocução introdutória, Palmeiro salientou a relevância dos jornais centenários portugueses (33), como património cultural da Humanidade, anotando que no todo mundial só existem, para além dos portugueses, uma centena e mais um punhado de jornais centenários.

É, a meu ver, um interessantíssimo fenómeno português que se explica por duas razões: em primeiro lugar pela importância que a imprensa regional teve no país, com centenas de publicações criadas por motivos políticos no auge das lutas dos governos constitucionais do fim da monarquia e, mais tarde, no período revolucionário da I República; e, em segundo lugar, porque ao contrário dos restantes países europeus, Portugal não sofreu os impactos diretos das duas guerras mundiais no seu território ou de guerra civil (como a espanhola).

Estes jornais centenários, onde o Despertar brilha com impressionante fulgor, constituem uma referência incontornável, pois unem três séculos de história, memória e identidade, constituindo fontes incontornáveis para quem quiser estudar a história das localidades e regiões onde são publicados.

A sua longevidade e funcionalidade merecem, de todos, incluindo deste vosso amigo que nele colabora, o máximo respeito pessoal e institucional que alguns, vá-se lá saber porquê, parecem decididos a subtrair-lhe.