As fake news são um dos maiores problemas mundiais, uma séria ameaça à Democracia e uma devassa à Ética e Deontologia do jornalismo. São informações falsas transmitidas em formato e aparato de notícia verídica, por jornalistas e não só, no respaldo de Agências e Órgãos de Comunicação que as disseminam intencionalmente para atingir determinados fins. Ao serviço da política são uma poderosa arma que desde o duelo americano Obama-Hillary começou a ser utilizada à escala global e que ganhou nova dimensão com Trump.
Portugal não foge a esta nova lógica de informação e contra-informação. Relembremo-nos, por exemplo, das declarações do Diretor Nacional da PJ aquando dos incêndios florestais que devastaram a região Centro em 2017, nomeadamente, vindo a terreiro para defender a tese de que fôra em Escalos Fundeiros, numa certa e determinada árvore atingida por um certo e determinado raio, que tudo havia começado – ainda o fogo lavrava, ainda as vítimas se contavam – tese depressa contrariada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Coimbra, onde nada se passa e tudo parece acontecer, não ficou fora desta emergência das fake news, que vai correndo nas narrativas políticas sob a forma de bandeiras que se erguem ao sabor dos períodos eleitorais. Uma das mais conhecidas foi a promessa do Novo Aeroporto Internacional de Coimbra. Mas temos outros exemplos que o tempo acabou por rotular de mentira e falsidade, como a aposta no comércio tradicional na Baixa de Coimbra – que a cada ano que passa vai recuando perante a ascensão das multinacionais – ou a revitalização do tecido urbano do centro histórico – sistematicamente remetido para um “agora é que vai ser”- facilmente contraditado pela evidência de prédios devolutos e despidos de gente.