Entendeu a Dr.ª Liliane Carvalho, médica na Unidade de Saúde Familiar Coimbra Sul, enviar uma carta dirigida a este jornal, publicada na edição do dia 06.09.2019, considerando que o conteúdo do artigo que publiquei no mesmo periódico, a 09.08.2019 era difamatório e falso, solicitando ao diretor um pedido de desculpas e a reposição da verdade.
Vou pronunciar-me sobre este assunto – espero que pela última vez – primeiro na generalidade e depois na especialidade.
Em primeiro lugar, folgo que o assunto tenha merecido a atenção da Dr.ª Liliane Carvalho, apesar dos seus imensos afazeres profissionais, que alegue perceber de deontologia, das regras da arte e dos protocolos. Se assim for estará o SNS bem servido e eu terei sido um caso isolado, fruto de uns dias maus (ou menos bons), que todos temos, inclusivamente, a classe médica.
Em segundo lugar, estranho que a carta venha assinada no singular, pela referida médica, mas seja no essencial uma peça textual redigida em nome coletivo. Passo a citar para melhor esclarecimento: «…são feitas imputações falsas que põem em causa a dignidade pessoal e profissional dos Médicos do Centro de Saúde de Santa Clara (Aces Baixo Mondego/USF Coimbra Sul). Do que é do meu conhecimento os profissionais médicos do Centro de Saúde cumprem o seu código deontológico, as legis artis e efetuam registos clínicos que evidenciam a sua conduta profissional».
Quero, pois realçar, em perfeita sintonia com o artigo que escrevi, que o problema que levantei se circunscreveu a um desentendimento entre um utente e um profissional e que em momento algum englobei outros membros da equipa no apuramento de eventuais responsabilidades. Neste sentido questiono: estará mandatada Liliane Carvalho para responder por todos os seus colegas ao abrigo de uma qualquer delegação de competências?
Em matéria de especialidade gostaria de deixar bem claro que:
1.º Os factos narrados e transpostos para a imprensa derivaram de uma experiência pessoal inesperada e dolorosa. Reafirmo, pois a verdade neles inscrita, o princípio da boa fé e a defesa de interesses legítimos. Neste, como em tantos outros artigos que publico todas as semanas na imprensa regional, procuro nortear-me pelos princípios da verdade, justiça, solidariedade e fraternidade.
2.º Na elaboração do artigo onde partilhei publicamente o meu exemplo, pretendi contribuir para uma melhoria dos serviços prestados naquela unidade de saúde e nunca prejudicar a sua imagem fosse no todo ou no particular. Não por acaso refiro, logo a abrir o meu texto, os anos em que ali fui utente sem qualquer problema deste tipo, tendo agora a exceção, infelizmente, confirmado a regra.
3.º Se quem escreveu a carta enviada a “O Despertar” tivesse lido com atenção o meu artigo, verificaria que em momento algum teci comentários sobre a Dr.ª Liliane Carvalho, mas sim sobre uma figura feminina sob o pseudónimo de Liliana. Ora, de Liliane a Liliana Carvalho vai uma certa distância, reveladora das minhas preocupações em proteger a pessoa em causa, não obstante a leitura que fiz do seu comportamento.
Com este artigo dou por encerrada a questão. Em breve deixarei de ser utente daquela unidade, para sossego de alguns espíritos, desejando a todos os seus funcionários – auxiliares, administrativos, de enfermagem e médicos (onde incluo a Dr.ª Liliane Carvalho) – os maiores sucessos.
Que tenham muita saúde e não passem por metade daquilo que ali passei, nem deixem que tal situação se repita, é tudo quanto lhes desejo do fundo do coração – sob pena de se arrependerem, amargamente, da posição pública que agora teceram à verdade nua e crua que expus para memória futura.