11 de Dezembro de 2024 | Coimbra
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NERC alerta para o aumento de insolvências de particulares e empresas

4 de Novembro 2022

Consciente do forte impacto que o galopante aumento das taxas de juro está a ter na competitividade empresarial, a Associação Empresarial da Região de Coimbra (NERC) vem aconselhar as empresas e os particulares “a procurarem soluções de renegociação dos contratos de crédito, que permitam minimizar o impacto na sua atividade”, exortando-os ainda a reivindicar o apoio do Governo, que deve, para o efeito, “tomar medidas de emergência no sentido de salvar as empresas e apoiar os particulares”.

“O Governo deve baixar os impostos e apoiar as empresas através de programas de emergência, com alargamento das moratórias e prazos para os financiamentos Covid e para a abertura de novas linhas de financiamento, com melhores condições e garantias de Estado, sob pena de assistirmos, a curto prazo, ao encerramento de muitas empresas”, refere a Associação.

É com “grande preocupação” que a NERC constata o dramático aumento, nomeadamente nos últimos dois anos, “de processos em tribunal relativos a falências, insolvências e recuperação de empresas”.

Sobre esta área em específico, insolvências, processos especiais de revitalização e processos especiais para acordo de pagamento, o relatório da Direção-Geral da Política de Justiça, publicado no site oficial do organismo, refere em detalhe que “no segundo trimestre de 2022 e face ao segundo trimestre de 2021, registou-se um acréscimo de 14,6% no número de insolvências decretadas”.

Com a inflação a escalar valores para 10,2% (não sustentada no aumento da procura) e o aumento das taxas de juro, uma parte já verificada e outra anunciada para dezembro e abril, chegando previsivelmente aos 3%, “vai ser inevitável a asfixia da economia de muitas famílias, por não haver correspondência com o aumento dos seus rendimentos, o que provocará uma espiral de incumprimentos e, por essa via, insolvências a nível de empresas e particulares”, reiterou.

A Associação que representa o tecido empresarial da região de Coimbra entende, assim, “que o Governo deve tomar medidas urgentes, sob pena de colocar em causa a desejada recuperação económica, isto apesar dos investimentos previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030”.

“Existem muitas variáveis que contribuem para esse apoio, desde a baixa de impostos diretos e indiretos à disponibilização de novas linhas de crédito para as pequenas e médias empresas ou implementação de moratórias nos financiamentos a decorrer, bem como apoio especial aos particulares com moratórias a nível dos créditos de habitação”, esclarece a NERC, salientando que a situação atual “deve merecer um olhar mais atento do Governo, assim se queira garantir a competitividade das empresas e ajudar os particulares em dificuldades”.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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