18 de Janeiro de 2025 | Coimbra
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JOÃO BAPTISTA

Nas Margens do Ceira

22 de Março 2019

Coimbra, esta terra que já foi capital de Portugal, que durante séculos desempenhou papel de relevo na vida do País, tem, de há tempos a esta parte, sido esquecida pelos governantes e relegada, pouco a pouco, para um papel secundário.

Coimbra não é somente, como certos responsáveis locais parecem quererem fazer crer, a cidade propriamente dita mas compreende igualmente uma vasta área rural onde em anos não muito distantes foi instalada uma grande e diversificada indústria que em muito contribuiu para o desenvolvimento que Coimbra então viveu.

Hoje os olhos estão voltados para obras na zona citadina e ainda no início do ano fomos alertadas para as obras de restauro nos paredões do Mondego. Obra de grande interesse atendendo à degradação a que os deixaram chegar que, a par do desassoreamento feito, corresponde a melhorias importantes.

Mas o Mondego não é apenas a via fluvial patente aos olhos de quem está nas suas margens da Portagem e pouco mais. A parte de Coimbra do Mondego não começa a jusante da Ponte da Portela. E agora que se anuncia para o Mondego, parece que em maio próximo, uma festa da Marinha bom seria que a quem cabe a sua organização viesse até à Portela e verificasse o estado calamitoso em que o leito do rio se encontra numa demonstração vergonhosa para quem tem por responsabilidade preservar livre curso das águas e deixou aquele local chegar ao miserável panorama que hoje nos oferece.

Estamos em anos de eleições. Estamos pois em época de promessas para não cumprir como desde há muito os portugueses estão habituados. E o que acontece com a tão apregoada reposição de movimento no extinto ramal ferroviário da Lousã. Agora Metrobus. Uma nova definição para dar ênfase ao assunto pensando-se talvez que uma nova designação por ser nova faz aumentar a credibilidade dum povo farto de ser enganado.

Com a frontalidade que sempre transmito às minhas opiniões aqui deixo registado: Não acredito. E como gostava de me enganar e que a população desta região do país viesse a ser ressarcida, mesmo que não da melhor maneira do esbulho a que foi sujeita.

É que se o movimento no antigo ramal fosse reposto lá teria, talvez, a Câmara Municipal de Coimbra que executar a obra que lhe cabe no descongestionamento do trânsito quer em Ceira, segue para Miranda do Corvo, Lousã, Almalaguês e outros locais. Há anos por fazer.

Eu nasci em Coimbra, estudei em Coimbra, trabalhei em Coimbra, vivi em Coimbra toda a minha já longa vida pois nem o facto de ter vindo viver para a Freguesia de Ceira aos vinte e três anos me retirou qualquer parcela de interesse por tudo a que Coimbra diz respeito.

Os ceirenses vivem Ceira como vivem Coimbra. Como um todo. Único. Que bom que seria que todos tivessem este conceito de que Coimbra não é apenas a sombra na nossa tão respeitada universidade.


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