Acabou um ano e outro se lhe segue. Ordem natural da vida em que cada qual se revê no bem ou mal que lhe aconteceu e perspetiva um futuro com mais ou menos otimismo.
Vou continuar, se possível, a fazer estes apontamentos para o jornal que me acolhe e os leitores que me toleram. Mas, não posso, não quero, nem devo por imperativo de consciência, deixar de reparar uma falha que cometi num dos últimos apontamentos quando me referi ao teatro em Sobral de Ceira. Falha que não é imperdoável porque foi tão somente à falta de cópia do apontamento que tinha feito. Entre os elementos do grupo não mencionei o nome do Américo Simões. A amizade, o respeito, a saudade que sinto pelo Américo é grande… Muito grande. Por isso esta nota não podia deixar de ser deixada como homenagem à sua memória.
O ano que acabou foi melhor do que 2017 no que respeita aos incêndios… Ou porque as condições atmosféricas tal ocasionaram ou porque as medidas tomadas e implantadas a isso conduziram. Mas continua por resolver considerável número dos problemas daqueles que ficaram sem as suas casas, sem os seus haveres. É mais do que tempo de o fazer por parte de quem de direito. Por outro lado a exigida limpeza das propriedades parece ter duas faces. E a falta de cumprimento por parte de entidades responsáveis pela limpeza dos seus próprios bens faz questionar da autoridade moral de multar os prevaricadores particulares.
A corrupção instalou-se cada vez com mais intensidade numa área que abrange classes que pela sua natureza eu pensava intocáveis. A justiça, quer nas decisões, quer na escolha dos julgadores, quer na investigação, viu-se tocada nos seus mais sãos princípios de honestidade. E a demora na resolução dos processos, a permissão de recursos sucessivos, são a imagem de que muito será necessário fazer para ultrapassar esta situação de desconfiança que se gerou em muita gente.
E o roubo descarado do património nacional atingiu o cume com o que aconteceu com o material militar de Tancos.
Mas estamos em ano de eleições e já se nota o entusiasmo dos políticos quer nas promessas quer nas críticas aos adversários. Pelos vistos vamos continuar a ter umas centenas de deputados mais empenhados nos interesses partidários e pessoais do que em contribuir para a resolução dos problemas importantes que afetam a vida de todos nós. Deputados que igualmente caíram no descrédito pelo comportamento indecoroso de alguns deles.
A saúde, a educação, são assuntos que exigem bom senso, clarividência, espírito de justiça por parte de todas as partes interessadas. Esquece-se muitas vezes que o mais sacrificado com as greves de todos os dias é o povo anónimo deste país, embora a greve seja, e bem, um direito inalienável do povo trabalhador.
Sobre Coimbra e o seu concelho muito se me oferece dizer. Vou deixar tal assunto para um próximo apontamento já que o espaço deve ser respeitado bem com o a paciência de quem lê.