O Museu Nacional Machado de Castro integra a área classificada pela UNESCO como Património Mundial da Universidade de Coimbra (UC), Alta e Sofia. Anunciada no domingo, em Baku, no Azerbeijão, durante a 43.ª Sessão do Comité do Património Mundial, esta distinção honra toda a cidade e enaltece a importância do património de Coimbra.
A diretora do Museu, Ana Alcoforado, considera esta integração como um “imperativo da cidadania mundial”, já que se trata de um “espaço fundacional da cidade, contentor de uma riquíssima materialidade que preserva uma memória histórico-artística comum”. Sublinha, por isso, que “este é um momento de celebrar e de reafirmar a determinação de estar cada vez mais próximo da comunidade que, ao longo de séculos, construiu a nossa identidade, e de abraçar e arquitetar novos desafios”.
Para o reitor da UC, Amílcar Falcão, esta distinção “reconhece e fortalece as estratégias de colaboração entre a Universidade de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra e o Museu Nacional Machado de Castro”.
O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, congratulou-se com a “boa nova” que chegou do Azerbeijão e felicitou todos aqueles que permitiram fazer este caminho que culminou neste reconhecimento. Para o autarca, apesar da “importância do património deste conjunto da nossa cidade ser uma evidência”, o reconhecimento pela UNESCO “é um passo importante para que nós sintamos mesmo pertença, autoestima, consciência do que vale a nossa cidade”.
O presidente da Associação RUAS – Recriar a Univer(s)cidade e vice-reitor da UC para o Património, Edificado e Infraestruturas, Alfredo Dias, defende que este é um “momento da maior importância para o património classificado mas também para a Universidade e para o Museu Machado de Castro”.
Recorde-se que a associação RUAS foi criada para salvaguardar, promover e gerir as áreas candidatas e de proteção, definidas pela candidatura e aceitação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia a integrar a Lista de Bens de Património da Humanidade da UNESCO.
O Museu Nacional Machado de Castro não foi incluído na área que veio a ser classificada em 2013 por se encontrar em trabalhos de restauro e remodelação na ocasião em que foi apresentada a candidatura do Bem Coimbra, Alta e Sofia a Património da Humanidade. Da responsabilidade do arquiteto Gonçalo Byrne, a intervenção decorreu entre 2004 e 2012 e foi distinguida com o Prémio Piranesi/Prix de Rome, em 2014.
Monumento nacional desde 1910, este Museu situa-se no antigo Paço Episcopal de Coimbra, que por sua vez se vem instalar no local do forum da cidade em época romana, do qual resta o impressionante criptopórtico. Aí encontram-se depositadas mais de uma centena de obras consideradas Tesouro Nacional, sendo que parte significativa e qualificada da coleção provém de antigos colégios universitários, igrejas ou mosteiros que se encontram já na área classificada (Sé Velha, Sé Nova, Mosteiro de Santa Cruz). Desde a reabertura, o Museu apresenta também, em exposição permanente, um conjunto mais vasto de coleções, particularmente as relativas à História e presença da Universidade de Coimbra.
A notícia da classificação foi celebrada em ambiente de festa, na tarde de domingo, com um “brinde” promovido pela UC e pelo Museu. Nesse dia, as entradas foram gratuitas para todos quantos quiseram visitar o espaço e celebrar esta classificação.
De referir que, para além do Museu Nacional Machado de Castro, foram também classificados como Património Cultural Mundial da UNESCO o Santuário do Bom Jesus, em Braga, e o conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra.