Tivemos uma cantora portuguesa, conhecida em todo o mundo, Amália Rodrigues, que cantava como ninguém, dizendo: “Por que se Deus me deu voz foi para cantar”… Ora, quem é que nunca parou para pensar: Será que estou cumprindo a minha missão, para que nasci? Será que estou na minha missão?
Este conceito de missão também se me colocou no passado e sempre, afinal. Quando vejo alguém muito produtivo, encantado com o que faz, promovendo o bem e o crescimento dos outros, reparo com agrado que aquela pessoa está na sua missão.
Cresce-nos água na boca ao ver isto, se não estamos naquela vibração criativa e sagrada de sermos quem realmente somos!
O acesso à nossa essência é o primeiro passo, mas nem por isso o mais fácil. Tudo começa sempre de dentro para fora. O sucesso material ou a fama dizem-nos pouco acerca da missão.
Não são poucos tão famosos e cumulados de bens materiais, que põem termo à vida. Esses não estavam na sua missão certamente, apesar de tão bem fadados materialmente…
Como se descobre a nossa missão, então? Não é fácil. Nem aparece de um dia para o outro, por milagre. Descobrir a porta para esta realidade é todo um percurso de vida e de auto descoberta, que exige atenção a quem somos, num processo de busca até descobrirmos esse lugar confortável de paz interior e satisfação pessoal no que somos e fazemos, num processo recíproco de dar e receber, dentro de uma alegria sem limites.
Algo tão profundo que preenche todas as nossas células e alma, rejubilando gratos, em gestos simples, em cada segundo que se vive. A missão realiza-se em todos os dias. Em cada momento que vivemos. Está latente no nosso todo.
Muitos julgam que missão é sempre grandiosa. Tem a ver com a parte profissional e se descobre através dos sinais. Mas a missão pode ser discreta, silenciosa e só o indivíduo que a experimenta, sente esse estado de graça e felicidade no seu íntimo, de acordo com a sua essência, embora ela tenha efeitos visíveis, que podem ser confundidos pelos outros…
Quanto aos sinais isso é real, mas eles nunca são exteriores. Tudo se passa no silêncio interior. No que se sente! Missão na Terra é algo muito penetrante. Intrínseco. Nunca começa na matéria, levada pela descoberta de algo rentável, oportuno, social ou político.
Nunca nasce na cabeça. Nem na mente. Nasce sempre no CORAÇÂO, com um formato! Advém esta descoberta do facto de estarmos atentos, ao processo da vida que consiste em perceber, que quando abdicamos do controle, entregamos nossa caminhada ao Universo, ao Criador, percebendo que tudo o que acontece, bom ou mau, vem por bem, para nos posicionarmos. Definirmos perante nós mesmos.
O mundo e essa energia a que todos, para nosso bem, estamos irremediavelmente ligados, mesmo que disso não tenhamos consciência. Portanto o conhecimento manifesta-se quando surge a perda. Era muito bom que não despertássemos apenas através do sofrimento! Apercebemo-nos que atraímos aquilo que estamos emanando, sem fuga possível. Ao perceber que energia emanamos, deve aguçar-se o processo de autoconhecimento. Fica-se desejoso de corrigir esse desvio, saindo desse registo. Quer-se melhorar. Começa-se a investir no amor com toda alma. E como a alegria só é grande, quando partilhada, começa-se a testemunhar que caminho que se fez, para quem tiver ouvidos para ouvir (…), num convite à mudança e subida de vibração do Universo, ajudando todos aqueles que já acordaram para o processo!
Quem se compromete, com esta busca de auto conhecimento, disponível para a mudança, mais cedo ou mais tarde, tem o clic da sua missão!
Ao vivenciar as dores, olhando nos seus próprios olhos e nos dos outros, limpando o seu peito, sem fingimento de doação aos outros, vai conectar-se com a sua essência, aumentando a confiança. A auto-estima e a força começam a brotar das mais pequenas coisas… É neste momento que a conexão com a missão emerge devagarinho, bela e única. Pura e lúcida. Inequívoca, para se perceber que só isto dá sentido à existência, realizando-se através da subida e felicidade de toda a criação, ao darmos carinho e afeto a toda a criatura que cruzamos!
E assim lentamente fazendo o nosso próprio luto do que nos dói ou doeu, somos carinhosos sem fingimento.
É nesse processo de se reencontrar e olhar a vida de frente e de dar amor, aos poucos ou de repente… Que se vê dentro da sua tão desejada missão!
“As pessoas deveriam entender que todos nós temos uma missão na Terra e que se não a cumprirmos, ficaremos presos infinitamente nesse ciclo que chamamos de vida terrestre” – Natália Cordeiro – …sem transcendermos, acrescento.