As palavras estão gastas nos exercícios banais das felicidades e dos muitos anos de vida. Por isso, hoje, resolvi escrever ao aniversariante O DESPERTAR para o configurar com os humanos. Um jornal é um jornal, mas podemos estabelecer alguma analogia entre a vida das pessoas e a dos jornais.
O DESPERTAR, como jornal, tem feito uma notável aprendizagem ao longo da sua vida e mesmo vetusto não rejeita aprender com quem tem conhecimentos para lhe dar. Nós, humanos, e particularmente os mais velhos, não podemos abdicar de uma aprendizagem ao longo da vida. A aprendizagem permanente é fundamental para prolongarmos a existência com qualidade e óbvia atualidade e competências. Conheci O DESPERTAR, ali para os lados do Pátio da Inquisição, com os Amigos SOUSA a suarem as estopinhas com métodos de composição e impressão muito aquém dos que este aniversariante jornal agora observa e pratica. A propósito: aos primeiros proprietários deste jornal e à Família Sousa presto a minha homenagem. Este jornal tem percorrido, de facto, um caminho ascensional, o que nos leva a felicitá-lo, sem esquecer quem o gerou e quem lhe deu berço. E abraço os atuais gestores.
O DESPERTAR sempre mostrou um objetivo de vida, de existência: SERVIR COIMBRA, OS CONIMBRICENSES e a REGIÃO. Ter um objetivo para viver é uma mais valia para quem entra ou está na senioridade.
O DESPERTAR não é um jornal para os leitores, assinantes e anunciantes. O DESPERTAR é dos leitores, dos assinantes e dos anunciantes; é um membro da nossa família e connosco tem criado laços familiares. Manter relações familiares e sociais é uma dose forte de contributo de vigor para a longevidade.
O DESPERTAR tem na redação pessoas jovens, mas aglutina colaboradores de várias idades, épocas e de vários credos e isso reforça a familiaridade e democraticidade marcantes desta publicação. É um núcleo familiar fortíssimo.
O DESPERTAR vive a comunidade e socializa. O DESPERTAR sabe ser coimbrinha quanto baste. E é coimbrinha na aceção positiva desta palavra e do conceito. O sentido de pertença e de proximidade dá classe e grande prestígio a este jornal.
O DESPERTAR acolhe nas suas páginas quem, com ilustre pedagogia, nos ensina a comer bem, sem exageros, com uma dieta de qualidade não esquecendo legumes, verduras e frutas; o cuidado com o consumo de álcool e um apelo à prática regular do exercício físico também perpassam nas páginas deste semanário. Este jornal alimenta-se dos seus amigos e familiares leitores, assinantes e anunciantes e, como tal, numa atitude mimética, segue os seus exemplos, mas não esquecemos que um jornal…afinal é um jornal e não um humano, mas um jornal é feito por humanos e reflete as vivências destes.
O DESPERTAR convida os leitores a uma estimulação cognitiva proporcionando-lhes, pelo menos, Palavras Cruzadas e outros passatempos e estímulos. Ao lado destes, habitualmente, servem-se Anedotas desintoxicantes que estimulam também o riso e são conhecidos os benefícios de um belo sorriso. E ainda há os bonecos fascinantes do JOAQUIM BELISÁRIO tendo subjacentes fino humor e forte crítica social, uma boa ajuda para evitar a depressão, algo a que em especial os seniores devem estar atentos.
O DESPERTAR sabe, pois, conviver com a longevidade e estas “folhas semanais” estão cheias de afeto. Nos primórdios deste jornal a afetividade talvez tenha sido algo estranho, mas, tal como a ideia publicitária pessoana ao serviço da agência Hora na década de 20 de há um século, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Quanto mais velho, mais gostamos deste jornal. ENTRANHOU-SE EM NÓS E EM COIMBRA, PLENAMENTE.
FELICIDADES, CARO O DESPERTAR, E CONTINUA A CUIDAR-TE PARA IRES CADA VEZ MAIS LONGE NUMA BELÍSSIMA LONGEVIDADE JORNALÍSTICA.
O DESPERTAR faz parte da história da imprensa Portuguesa.