29 de Novembro de 2023 | Coimbra
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Metrobus prevê expansão aos concelhos da Mealhada, Cantanhede e Anadia

28 de Janeiro 2022

O plano de Expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego prevê a ligação da cidade de Coimbra à Bairrada, nomeadamente aos concelhos da Mealhada, Cantanhede e Anadia, estando em análise três possíveis traçados.

O Estudo para a Expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego, que está a ser realizado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra, “inclui a ligação de Coimbra à Mealhada”, estando agora em cima da mesa a discussão do traçado, devendo o Município da Mealhada pronunciar-se no prazo de 15 dias.

“Pretendemos um traçado que seja rápido, que sirva os interesses das populações e que satisfaça necessidades até agora não satisfeitas”, sublinhou o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, na reunião de Executivo Municipal. O autarca explicou que, para já, irão “fazer comentários a estas três soluções, com prós e contras a cada uma delas”, cabendo depois à empresa responsável pelo estudo fazer “todo o trabalho técnico, de análise populacional, circuitos e de reconhecimento do território, com identificação de possíveis entraves no terreno”.

António Jorge Franco revelou que tem preferência pelo troço Coimbra–Mealhada–Cantanhede, por ser “o mais vantajoso ao nível de tempo”.

“Uma parte das aldeias e freguesias de Cantanhede estão praticamente coladas ao nosso concelho e muitas delas já utilizam a Estrada Nacional 1, atravessando o concelho da Mealhada para irem para Coimbra”, justificou, acrescentando que é essencial que este serviço cubra as zonas industriais e se prolongue ao concelho vizinho de Anadia.

“Esta é a minha opinião, mas vamos deixar os técnicos trabalharem e dizerem qual é a melhor solução para dar resposta a todos estes concelhos”, apontou.

As outras duas hipóteses passam por uma ligação Coimbra–Cantanhede–Mealhada ou por um traçado que liga Coimbra à Mealhada e Coimbra a Cantanhede, sendo depois feita a ligação Cantanhede–Mealhada. Também estas duas opções preconizam ainda a ligação Mealhada–Anadia.

Defensor deste tipo de transportes públicos, “mais eficazes” e que “deem mais mobilidade às populações”, António Jorge Franco explicou que “qualquer traçado serve o concelho da Mealhada”, sendo importante analisar agora “qual é economicamente mais viável, não só em termos de custos de execução, mas também de custos de manutenção ao longo do tempo, e que o investimento seja recuperável”.

A presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio, disse, por sua vez, que a solução mais viável e vantajosa para integrar no Plano de Expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego é a ligação Coimbra–Cantanhede–Mealhada. O facto de o plano equacionar a construção de um troço para Cantanhede e, posteriormente, a ligação à Mealhada, deixa a autarca “muito satisfeita”, já que irá criar assim “mais um importante circuito do sistema de mobilidade de âmbito regional a partir de Coimbra”.

A ligação de Coimbra a Cantanhede e à Mealhada traz “imensos” benefícios, desde logo ao nível dos “movimentos pendulares das populações de e para Cantanhede”, afirmou à Lusa Helena Teodósio, defendendo que “o percurso mais viável e vantajoso é o que liga Cantanhede a Coimbra, com passagem por Ançã, Portunhos e Outil, São João do Campo e Geria”.

“De acordo com o projeto que nos foi apresentado, esse percurso prolongar-se-á ainda ao ‘Biocant Park’ e às zonas industriais de Cantanhede e Febres, por um lado, e à zona industrial de Murtede, por outro, prosseguindo desta para a Mealhada”, sublinhou.

Esta é a solução que o Município de Cantanhede vai defender, não só por ser uma solução “importante” ao nível do “desenvolvimento económico e social, mas também porque é a que se afigura mais favorável para a consolidação de um sistema de mobilidade sustentável na região”, concluiu Helena Teodósio.

Já a presidente da Câmara de Anadia, Teresa Cardoso, considerou que a ligação à Bairrada do metro de superfície que está a ser instalado em Coimbra vai complementar os transportes coletivos, podendo beneficiar o seu concelho.

“Mesmo desconhecendo se este meio de transporte é viável no concelho de Anadia e quais os encargos que esta instalação representaria para o Município, numa primeira análise considero que esta oferta complementar aos transportes coletivos – autocarro e comboio – pode ser vantajosa, não só para os munícipes, mas também para quem trabalha no concelho e reside fora do mesmo”, alegou.

A autarca informou que, até àquela altura, ainda não tinha sido contactada por qualquer entidade que pretenda explorar um metro de superfície em concelhos da região da Bairrada, “tendo apenas tido conhecimento deste assunto por parte de um autarca de um município vizinho”. No entanto, manifestou interesse “em avaliar a proposta, em articulação com as comunidades intermunicipais”, caso seja contactada pela entidade exploradora do metro de superfície.

No seu entender, este pode vir a ser um serviço complementar aos já existentes e que “não têm capacidade para dar resposta a todas as reais necessidades” do concelho de Anadia.

Recorde-se que o Sistema de Mobilidade do Mondego surgiu com o objetivo de retomar uma ligação interrompida em 1984, na zona da Portagem (Coimbra), através de um modo de transporte de características compatíveis com a circulação em meio urbano e suburbano.

Na cidade de Coimbra, a obra já está a decorrer, com as empreitadas de adaptação à solução Metrobus nos troços Alto de São João – Portagem e Serpins – Alto de São João (este correspondente ao antigo ramal ferroviário entre Serpins, Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra).


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