18 de Abril de 2024 | Coimbra
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Metro Mondego mantém início para 2024, mas admite que há obras “críticas”

20 de Janeiro 2023

O presidente da Metro Mondego, João Marrana, afirmou na passada quinta-feira (12) que mantém a previsão de arranque das operações no troço suburbano, entre Lousã e Coimbra, para o primeiro trimestre 2024, mas confessa que há obras “críticas que não podem ter qualquer derrapagem”.

“Estou confiante de que, nessa data, vamos pôr o sistema a funcionar. Pode haver alguma surpresa? Pode”, disse o presidente da Metro Mondego, na apresentação do projeto do Parque de Material e Oficinas (PMO) do MetroBus, serviço que terá um troço suburbano, entre Lousã e Coimbra, e outro urbano na cidade de Coimbra.

O responsável manteve também para o final de 2024 o arranque do troço urbano, mas admitiu que há duas empreitadas num “caminho crítico”, entre elas o PMO, que irá ser construído em Sobral de Ceira, entre a rua da Capela e o canal do MetroBus, e o fornecimento dos sistemas técnicos, que darão suporte ao Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM). Duas empreitadas que “são necessárias para o sistema conseguir operar”, vincou, ao clarificar que caso haja alguma derrapagem nestas obras, “não será possível pôr o sistema em operação no início de 2024, porque na zona suburbana é inviável operar sem existirem sistemas técnicos a funcionar plenamente, que são obrigatórios por razões de segurança, uma vez que nesse troço o SMM vai operar em via única”.

A apresentação do PMO decorreu na Junta de Freguesia de Ceira, tendo sido apresentado o investimento de cerca de 10 milhões que será feito em Sobral de Ceira, que João Marrana acredita que será consignado em fevereiro.

Aquela infraestrutura, que está prevista funcionar entre as 05h00 e a 01h00, com cerca de dois hectares, onde ficará instalado o Posto de Comando Central do sistema, irá ter 110 trabalhadores, entre motoristas, reguladores, pessoal de manutenção, segurança e inspeção.

Habitantes manifestam insatisfação

Aquilo que parecia apenas uma apresentação do PMO, revelou-se num “poço” de críticas, pois no decorrer da apresentação foram vários os moradores da zona a ser intervencionada que teceram críticas no que respeita ao pagamento das expropriações, havendo ainda casos de habitantes à espera do pagamento do valor da indemnização a receber, bem como de terrenos “inutilizáveis” por causa da empreitada do MetroBus.

A título de exemplo, Carlos Souto, um dos moradores, partilhou que tem um terreno onde, desde 2009, altura em que se previa que este serviço fosse um metro ligeiro de superfície, “não pode fazer qualquer intervenção ou construção”, porque está reservado pela Metro Mondego para uma possível expansão do PMO. “São 14 anos à espera, com um terreno onde não posso fazer nada e onde continuo a pagar IMI”, reclamou.

Também houve habitantes a reclamar dos ruídos e poeiras que a empreitada irá provocar junto às suas habitações. “A oficina vai ficar instalada perto das casas, enquanto o parque de estacionamento fica virado para o pinhal, vamos ver como vai ser”, atirou um morador.

Segundo João Marrana, os terrenos “reservados” para o PMO, mas que não foram expropriados, estão dependentes de uma possibilidade de expansão do parque, seja para a construção da sede da Metro Mondego, seja para um aumento da sua capacidade, uma vez que só poderá acolher 40 autocarros nas atuais dimensões.

A vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro dos Transportes, Ana Bastos, também presente na apresentação, defendeu que, havendo já uma expansão do sistema a Condeixa-a-Nova prevista no Plano Ferroviário Nacional, “deveria avançar-se para a expropriação definitiva dos terrenos para acabar com o impasse provocado aos habitantes daquela zona”.

O Parque de Material e Oficinas do Sistema de Mobilidade do Mondego vai incluir edifícios, acessos e espaços para veículos de operação do SMM, nomeadamente um espaço administrativo, um edifício oficinal e áreas de armazém, portaria e áreas técnicas (incluindo o Posto de Transformação), depósito de água para combate a incêndio, acessos à via rodoviária municipal e ao canal do MetroBus, bem como um parque de estacionamento e de carregamento elétrico dos autocarros do SMM.  O Posto de Comando Central tem como funções, entre outras, a programação das escalas de serviço, o controlo remoto da operação, a informação aos passageiros, a videovigilância e a monotorização das infraestruturas.

O SMM terá 42 quilómetros, 12 em troço urbano e 30 em suburbano, 42 estações e um investimento global de cerca de 150 milhões, num sistema que será servido por autocarros elétricos, que vão circular num canal de via dedicada, com duas exceções na cidade de Coimbra (junto aos Hospitais da Universidade e à Câmara Municipal).

Com uma previsão de 13 milhões de passageiros por ano, o sistema terá uma frequência de cinco em cinco minutos em hora de ponta na zona urbana de Coimbra. De acordo com João Marrana, prevê-se que a população conimbricense que vai passar a usar transporte público duplique, de 17% para 34%, num espaço de três anos depois de o SMM arrancar.


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