Médicos de várias especialidades (Pneumologia, Saúde Pública, Doenças Infecciosas, Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Medicina do Trabalho e Patologia Clínica) vão integrar o Grupo de Acompanhamento do Covid-19 criado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).
Este grupo, que será coordenado por Carlos Robalo Cordeiro (diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), pretende ser “um meio de partilha de informação e de apoio à melhor decisão, em tempo útil, interligando todas as ações com as entidades oficiais”.
Agora que já foram identificados os primeiros casos de coronavírus em Portugal, o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, sublinha que é preciso “contrabalançar o alarmismo, o pânico e a desinformação”, considerando que “a DGS tem de estabelecer os procedimentos corretos para serem cumpridos nos hospitais e nos centros de saúde”.
“Ao contrário do que está a acontecer, é preciso enfrentar esta infeção com as melhores práticas de comunicação e partilha de informação junto dos utentes mas também junto dos profissionais de saúde que estarão na linha da frente”, sublinha.
Carlos Cortes defende que, “face a esta emergência epidemiológica, não podemos ficar à espera das respostas mais adequadas durante muito tempo”, já que “tudo se passa de forma dinâmica e muito rápida”.
“O pior cenário, face a casos positivos de infeção com o novo coronavírus, serão as respostas desarticuladas e incoerentes. Queremos dar um contributo para evitar situações de vazio, dúvidas, e comportamentos alarmistas que poderão amplificar ainda mais o cenário preocupante que conhecemos”, assume Carlos Cortes.
Com a criação deste grupo especializado, a SRCOM quer colocar ao serviço da comunidade médica a melhor e a mais correta avaliação face a eventuais incoerências e desinformação nas unidades de saúde.
“Estamos a assistir a alguns casos bastante confusos, infelizmente. Temos de dar o exemplo, sobretudo neste momento tão complexo, e contribuir para as melhores decisões nesta fase de risco. São os médicos especialistas em epidemiologia e saúde pública que devem liderar e apoiar a procura das melhores soluções. A comunidade médica e científica deve conduzir-nos às melhores práticas para enfrentar esta epidemia”, assume Carlos Cortes, sublinhando ainda que é preciso “pugnar para que sejam tomadas todas as medidas preventivas nos hospitais e nos centros de saúde para minimizar a exposição e o risco de contágio”.