Cerca de 80 por cento dos problemas associados à visão podem ser resolvidos nos centros de saúde. O alerta é da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), que, em vez da criação de mais rastreios visuais, defende a implementação de consultas de saúde da visão, nos centros de saúde, para todas as idades e para todos os problemas visuais, tal como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Um mero rastreio apenas à ambliopia e só para crianças com dois e quatro anos de idade, tal como o que está a ser implementado pela Direção-Geral da Saúde, só vai contribuir para o agravamento da lista de espera para primeiras consultas de oftalmologia. Só em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas”, alerta Raúl Sousa, presidente da APLO.
“Esta Estratégia Nacional para a Saúde da Visão abdica da implementação das recomendações da OMS e das boas práticas no resto mundo, em troca pelo experimentalismo de rastreios avulsos sem vislumbre da implementação de soluções que resolvam os problemas dos utentes de forma simples e imediata”, acrescenta ainda o especialista.
A APLO defende que a implementação de consultas de saúde da visão, nos centros de saúde, realizadas por um optometrista, permitiria uma redução significativa do impacto das doenças visuais, melhorando a prevenção, deteção e correção de erros refrativos de forma atempada, resolvendo assim mais de 80 por cento dos problemas da saúde de visão de forma imediata.