A administração da Lugrade garantiu estar a “reorganizar-se internamente de forma a tentar manter todo o seu quadro de pessoal”, na sequência do incêndio que destruiu a unidade do Bacalhau Demolhado Ultracongelado, em Coimbra.
“Da destruição e das cinzas renascerá uma nova unidade fabril. A comunidade em geral espera isso da Lugrade. E a Lugrade tudo fará para corresponder”, referiu a empresa em comunicado.
Inaugurada em 2017 e localizada em Torre de Vilela, a unidade do Bacalhau Demolhado Ultracongelado da Lugrade foi destruída por um incêndio, que deflagrou cerca das 21h00 do dia 20 de abril.
A administração referiu que, apesar do “sonho que ruiu, a avassaladora onda de solidariedade gerada nestes últimos dias lhe deu a força e a certeza de que reerguer esta unidade é imperativo e urgente”.
“A Lugrade de Taveiro continua a laborar em pleno, produzindo bacalhau salgado seco e, em breve, irá abrir uma nova unidade de produção, localizada em Casais do Campo, Coimbra, que foi projetada para lhe dar apoio”, sublinhou.
A Lugrade destacou ainda “a solidariedade das inúmeras entidades oficiais nacionais e locais e, especialmente, do presidente da Câmara Municipal de Coimbra e vereadores que presencialmente disponibilizaram, desde o primeiro minuto, “todo o apoio necessário para que a unidade se consiga reerguer”.
Governo promete apoio para reconstruir fábrica
O Governo está disponível para ajudar na reconstrução da fábrica de bacalhau da Lugrade, que há cerca de uma semana ardeu completamente no concelho de Coimbra, através de fundos comunitários.
O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, que visitou uma unidade da empresa, que entrou na terça-feira (2) em atividade, e as instalações destruídas pelo incêndio que deflagrou no dia 20 de abril, que causou um prejuízo de 20 milhões de euros.
“Estamos disponíveis, dentro das elegibilidades do programa [Mar 2030], para ajudar nesta nova fase à reconstrução desta grande empresa, que estava a exportar mais este ano”, disse a governante.
A ministra da Agricultura e Alimentação justificou a sua presença como um ato de solidariedade, que “tem como consequências os apoios que pretendemos disponibilizar à empresa para que retome a atividade e possa fazer este negócio do bacalhau a partir de Coimbra”.
“Sabendo a cobertura do seguro e as elegibilidades do programa, não será difícil encontrar uma plataforma que permita satisfazer essas necessidades”, sublinhou Maria do Céu Antunes, que elogiou o facto de a Lugrade não ter dispensado nenhum trabalhador.
O sócio Vítor Lucas, que reparte a gestão da empresa com o irmão Joselito, revelou que os prejuízos da unidade destruída pelo fogo rondam os 20 milhões de euros e que o seguro cobre cerca de 13 milhões de euros.
“A empresa já está a trabalhar na sua reconstrução imediata, com o objetivo de, “na melhor das hipóteses, ter uma fábrica nova em dezembro deste ano”.
Com a atividade afetada, a Lugrade tem contado com a colaboração de outras empresas do setor, que disponibilizaram linhas de produção para os seus produtos, que têm permitido minorar os impactos.
A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, anunciou que o Governo tem preparados os primeiros avisos, “a publicar tão breve quanto possível”, que vão disponibilizar 121 milhões de euros para a pesca, aquacultura e transformação.
“Estamos conscientes que os investimentos que vierem a ser feitos pela Lugrade para poderem cobrir todo o investimento necessário para a reposição do seu negócio e do seu caráter inovador, de sustentabilidade e garantia de postos de trabalho, seguramente que vão ter as melhores condições de elegibilidade neste programa [Mar 2030]”.
Com cerca de centena e meia de trabalhadores, a Lugrade-Bacalhau de Coimbra fechou 2022 com uma faturação superior a 40 milhões de euros, o que representou um aumento de cerca de seis milhões relativamente a 2021, apesar das quebras registadas no consumo.