Milhares de voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro vão estar nas ruas, de hoje a domingo, pedindo à comunidade para que colabore no seu peditório nacional. Com o lema “Na luta contra o cancro, todos contam”, este é o maior evento nacional que realiza com o objetivo de angariar fundos para apoiar os muitos milhares de doentes e respetivas famílias que acompanha diariamente.
Portugal é convidado a apoiar, de hoje a domingo, a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Esta entidade, que presta um trabalho fundamental no apoio ao doente oncológico e respetivas famílias, promove o seu habitual peditório nacional, iniciativa que envolve muitos milhares de voluntários e que é considerada a sua principal fonte de angariação de fundos.
Este peditório decorre, em simultâneo, em todo o país e tem como padrinho, pelo terceiro ano consecutivo, o futebolista Cristiano Ronaldo, que também se associa a esta causa solidária, tal como têm feito milhões de portugueses ano após ano.
Para Natália Amaral, secretária do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC), esta é, “sem dúvida, uma campanha fundamental para que a Liga possa continuar a desenvolver os seus projetos e a apoiar os doentes”. Recorda que no ano passado participaram neste peditório 16.257 voluntários a nível nacional, um número que também foi muito significativo na região Centro, que contou com o envolvimento de 6.500 voluntários. Em termos de receita, o peditório permitiu angariar cerca de 1,5 milhões de euros a nível nacional. Só na região Centro foram angariados “à volta de 570 mil euros”, números “muito expressivos” que, como realça Natália Amaral, “espelham bem o reconhecimento que a comunidade tem pelo trabalho que é desenvolvido pela LPCC”. Espera agora que estes números sejam ultrapassados este ano, de forma a que os voluntários possam cobrir da melhor forma todo o território nacional e a angariar verbas que ajudem a implementar novos projetos que vão ao encontro das necessidades de todos aqueles que se deparam com uma situação de cancro e com todas as dificuldades que daí advêm.
Natália Amaral lembra que a incidência de cancro está a aumentar, sendo os novos casos de doença mais evidentes no cancro da mama, da próstata e do pulmão. A pensar em todos os doentes oncológicos e também nas famílias, o NRC-LPCC aposta continuamente em novas respostas, que ajudem a minimizar o seu sofrimento e que os apoiem na resolução dos problemas com que se deparam, a todos os níveis.
O apoio assegurado a nível social é bem conhecido, traduzindo-se, como explica a responsável, no acompanhamento nos hospitais, na alimentação, medicamentos, transportes e materiais diversos, como cabeleiras, próteses ou outros bens necessários.
Outro dos projetos que o NRC-LPCC quer continuar a promover na região Centro é o do apoio jurídico. “É um projeto que está a crescer e que assegura apoio a todas as pessoas que têm problemas e que, numa situação de doença, não conhecem os seus direitos. Temos duas juristas disponíveis para as ajudar, de forma completamente gratuita, e queremos que esta resposta possa beneficiar cada vez mais gente”, realça.
Outro dos projetos que o Núcleo está a desenvolver passa pela “humanização dos doentes a nível hospitalar”. Nos hospitais de Coimbra – Instituto Português de Oncologia e Centro Hospitalar e Universitário – já existe esse apoio, com vários voluntários a apoiarem e a confortarem o doente, mas a ideia é estender esta resposta a todos os hospitais regionais e também aos cuidados paliativos.
Natália Amaral anuncia ainda que está a ser desenvolvido, em parceria com a Administração Regional de Saúde, um projeto que passa “por assegurar os cuidados paliativos no domicílio e nalguns estabelecimentos onde funcionam já os cuidados continuados”. Estes são projetos que o NRC-LPCC considera “fundamentais” e que quer “desenvolver rapidamente”, a par com todos os outros que tem já em curso.
O peditório que vai decorrer durante estes quatro dias é fundamental para que tal suceda. Natália Amaral deixa um apelo a todos para que “ajudem com aquilo que puderem”. Lembra que os voluntários estão devidamente identificados com o colete da instituição e com cofres lacrados e também identificados. Vão encontrar-se um pouco por todo o país, mas estarão em pontos mais centrais, como junto a cemitérios, igrejas, centros comerciais, supermercados e, ainda, nas principais ruas das cidades.