Em Antuzede, junto à sede da Junta e do Centro de Saúde, ainda existe um lavadouro comunitário. Com água abundante tanto no verão como no inverno, continua a ser um ponto de eleição para a reunião social, onde as pessoas se encontram não só para lavar a roupa à mão mas também para confraternizar.
Para Diamantino Jorge, presidente da União de Freguesias (UF) de Antuzede e Vil de Matos, este “é um espaço terapêutico” que continua a ser muito frequentado pela população da freguesia e mesmo por algumas pessoas de fora.
“As pessoas ainda vêm lavar as suas roupas à mão ao lavadouro comunitário, mesmo no inverno e apesar de terem máquina de lavar em casa. Temos uma fonte espetacular que debita para ali muita água e é um centro de terapia porque as pessoas aproveitam para falar, rir e, alguns, até para namorar. É um espaço de convívio e, por isso, de grande importância para a comunidade. Costumo dizer que é o jornal da freguesia, um centro de convívio de excelência”, realça.
A maioria das frequentadoras são, sobretudo, as senhoras mais velhas, sendo que algumas delas ali se deslocam todos os dias, com “duas ou três peças” de roupa para não deixar juntar. É, no fundo, uma espécie de “ritual” que as leva a sair de casa e a conviver. “São pessoas saudáveis e mais felizes, que mantêm as suas rotinas e que ali se encontram”, sublinha o presidente da Junta.
Realça que este convívio é fundamental para a comunidade. “Durante muitos anos, vim abrir a porta do posto médico para as pessoas não estarem ao frio. Chegavam cabisbaixas mas bastava metermo-nos com elas para começaram a falar e esquecer um pouco as preocupações que as ali traziam. Tudo isto é terapia, o facto de se encontrarem, de conviverem, seja para o que for”, frisa.