Vários pedidos de ajuda continuam a chegar diariamente à Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais. Para além dos apoios que eram já assegurados pela Comissão Social de Freguesia e pela própria Junta, há agora muitos novos casos a que urge responder. O presidente, Francisco Andrade, não esconde a sua preocupação com as situações de necessidade que estão a resultar desta situação de pandemia da Covid-19, que está a deixar muitas famílias sem rendimentos ou com cortes significativos nos seus orçamentos habituais, e pede também à sociedade para ajudar a minimizar as carências que estão a surgir.
“Os pedidos de ajuda estão a chegar todos os dias e estão a aumentar de forma assustadora”, alerta o autarca, adiantando que, para já, a equipa da Junta tem “apoiado de todas as formas que pode”, seja a nível de bens alimentares; pagamentos de renda, gás, medicamentos, fraldas; e doação de eletrodomésticos e outros bens para a casa.
“Há muitas famílias que tinham empregos precários, que estavam em formação ou que foram vítimas do enceramento das suas empresas e viram os seus rendimentos sofrer cortes significativos. A par com estas dificuldades, a maioria tem crianças e estão todos em casa, o que significa mais despesas e agrava as dificuldades”, esclarece.
Francisco Andrade diz que a Junta tem procurado responder a todos os pedidos urgentes de “forma anónima”, fazendo face a “uma pobreza envergonhada que está a aumentar” e garantindo que a privacidade de todos é salvaguardada. Para conseguir apoiar todos, tem apelado à ajuda de quem puder contribuir. O presidente lembra que, por vezes, “há pessoas que têm em casa eletrodomésticos ou outros artigos que já não usam e que podem ser muito úteis a outras pessoas”. Assim, quando surge algum pedido a que não consegue responder no imediato, o executivo tem recorrido às redes sociais para solicitar apoio da comunidade, como sucedeu recentemente, quando precisou de três fogões, um sofá e um colchão, bens que tanto podiam ser doados como emprestados.
Para além destes pedidos específicos, os serviços aceitam também todo o tipo de doações, desde bens alimentares, vestuário, roupa de cama e outros utensílios para o lar, como eletrodomésticos, mobiliário e artigos diversos que, encontrando-se em perfeitas condições, possam beneficiar as famílias que deles precisam. Quem quiser doar, deve contactar os serviços da Junta, através do telemóvel 968 428 165 ou do e-mail csfsao@hotmail.com.
A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais está também muito atenta ao trabalho que está a ser feito pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social da Freguesia, apoiando-as neste momento particular com a doação de vários equipamentos de proteção individual, acautelando assim a saúde daqueles que “desempenham um papel vital na estrutura de apoio social”.
De acordo com a Junta, através da sua assistente social, foram distribuídas 1.000 máscaras cirúrgicas, 3.000 luvas, 1.000 viseiras e 60 embalagens de gel desinfetante, numa ação que vem reforçar o “enorme esforço” que, juntamente com as instituições de apoio social da Freguesia, tem vindo a fazer para “tentar minimizar o impacto” provocado pela situação atual.
Francisco Andrade sublinha também a atenção dada à educação, no sentido de dotar os alunos do 2.º e 3.º ciclos de computadores, impressoras e ligações à internet, num trabalho que tem contado com a generosidade da sociedade civil. No total, a Junta já distribuiu 30 computadores (alguns oferecidos pela comunidade) e 50 tablets pelos alunos carenciados que não dispunham destes equipamentos necessários nesta fase em que o ensino está a decorrer à distância. O presidente explica que este apoio só tem sido possível porque o “executivo decidiu reafetar verbas que estavam previstas para a área cultural e desportiva para estas ações”. Agradece também a prestimosa ajuda de várias instituições da cidade, destacando o apoio da Universidade de Coimbra, através do reitor Amílcar Falcão e do professor Norberto Pires, que ofereceram 400 viseiras; e também do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, através do seu presidente, Mário Velindro, que disponibilizou 200 viseiras, a juntar às que a própria Junta já tinha comprado.
Consciente de que as dificuldades ainda estão longe de terminar, Francisco Andrade assegura que o seu executivo “fará todos os esforços para apoiar as pessoas enquanto esta situação assim o exigir”, na certeza de que as pessoas e o seu bem estar continuarão a ser “sempre a sua maior preocupação”.