8 de Novembro de 2024 | Coimbra
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Junta de Santo António dos Olivais quer potenciar desenvolvimento na freguesia

25 de Novembro 2022

Santo António dos Olivais completa hoje 168 anos de existência. Atualmente com mais de 40 mil recenseados, o presidente da Junta quer continuar a potenciar o desenvolvimento da freguesia para proporcionar as melhores condições aos seus munícipes. No âmbito do aniversário, O “Despertar” esteve à conversa com o autarca Francisco Rodeiro que traçou as prioridades para a sua freguesia, entre elas, a aposta cultural com a ambição de ter uma Casa da Cultura em Santo António dos Olivais.

Como tem sido presidir a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais?

A sensação que tenho é que o sistema está a funcionar com uma ou outra dificuldade, mas no geral posso dizer que sinto que a equipa a que presido está a fazer um trabalho meritório em benefício dos que habitam na nossa freguesia. Sinto-me muito confortável em presidir Santo António dos Olivais.

Quais as prioridades que tem traçadas para Santo António dos Olivais?

A questão da higiene e da limpeza. O cidadão gosta de ver uma freguesia permanentemente limpa e asseada, mas isso é deveras impossível, sobretudo no que diz respeito a esta problemática das ervas que crescem nos passeios com abundância. Mas temos feito um enorme esforço para que as coisas corram da melhor maneira. Até este momento, todos os lugares da freguesia, à luz do protocolo que foi estabelecido com o Município, já foram várias vezes objeto de intervenção. Outra das prioridades é a cultura. A par da Junta manter e assegurar determinadas realizações do passado e que fazem parte do ADN da freguesia, é entendimento nosso que devemos dar um salto qualitativo, nomeadamente a nível do património cultural, material e imaterial. Daí que a Junta, simultaneamente promove e desenvolve atividades tradicionais, sendo a mais emblemática a Romaria do Espírito Santo, também investe no campo do património, como a celebração dos 800 anos do Mosteiro de Celas, bem como na divulgação da obra de escritores que de uma forma ou de outra têm ligação com Santo António dos Olivais. Em matéria de associativismo e desporto temos apoiado todas as instituições e queremos manter esse contributo.

E a nível de projetos?

Queremos resolver a questão do Anfiteatro de Santo António dos Olivais. Tenho indicação de que brevemente será apresentado na Câmara um projeto para essa zona e que vai contemplar o Anfiteatro, tornando-o num espaço aprazível para o desenvolvimento de todas as atividades ligadas à cultura. Temos a intenção, e foi compromisso do executivo de José Manuel Silva, de recuperar todas as obras em atraso desde 2017. No que concerne à freguesia, além das obras de requalificação dos passeios e das ruas, há outras que são prementes, como a requalificação das ruas Nicolau Chanterene e Brigadeiro Correia Cardoso. Também pretendemos modernizar os nossos meios de comunicação. Já introduzimos a nova imagem da freguesia, que tem tido um acolhimento muito favorável da população.

Que iniciativas natalícias tem previstas para a freguesia?

A feira do artesanato insere-se neste clima do Natal, além da iluminação que vamos manter. Mas iniciativas próprias no Natal não vamos realizar. No ano passado, fizemos o Mercado de Natal com a União das Freguesias (UF) de Coimbra, com a comparticipação da autarquia. Do ponto de vista da Junta não correu muito bem, sobretudo no que respeita a implicações nas despesas, chegando à conclusão de que este processo não seria o mais indicado. O Mercado de Natal deve ser liderado pela Câmara e não pelas freguesias. E foi esta proposta que apresentei ao Município com a nota de que as próprias Juntas tivessem oportunidade de participar no evento a convite da Câmara. A autarquia entendeu em realizar a iniciativa na Praça do Comércio em associação com a UF de Coimbra e não nos dirigiu qualquer convite para participarmos. Verifica-se que o atual executivo elegeu a Baixa como a “menina dos seus olhos” e compreendo a preocupação de a dinamizar, pois merece e não sou contra, mas também há outras zonas da cidade que precisam igualmente de ser potenciadas.

Como tem sido a articulação com o Município?

É um relacionamento adulto, cordial, respeitoso e de lealdade. Até ao momento não tenho razão de queixa a não ser este reparo que fiz relativamente ao Mercado de Natal da Baixa. No entanto, gostava que os processos e as decisões andassem mais depressa e com mais ritmo.

O que destaca a nível de património em Santo António dos Olivais?

As nossas realizações da Canção de Coimbra, do Rancho e toda esta teia cultural e associativa e que agora, depois da pior parte da pandemia, quer ressurgir com vigor e determinação. O património material também é muito vasto e rico, desde a Igreja de Santo António dos Olivais, o Mosteiro de Celas, as Faculdades e as unidades de saúde. Uma freguesia com mais de 40 mil recenseados também merecia ter um complexo cultural, uma Casa da Cultura de Santo António dos Olivais.

Como caracteriza o desenvolvimento da freguesia?

A freguesia é composta por uma parte rural que de um lado tende a expandir-se, mas há outras zonas muito envelhecidas não só em termos populacionais como nos edifícios degradados, basta olharmos para São Romão, Casal do Lobo, zonas do Tovim e até mesmo para o “coração” da freguesia. No entanto, temos zonas de grande pujança, como a Portela, Vale das Flores, Sólum, urbanizações novas, como a Quinta de São Jerónimo. Estas zonas vão ser contempladas com o MetroBus e esperamos que esse projeto traga um desenvolvimento harmonioso para a nossa freguesia. Interrogo-me apenas pelo facto de não termos em Santo António dos Olivais um Parque Industrial ligado, por exemplo, às novas tecnologias, apesar de sermos dotados de boas vias de comunicação, pois estamos perto da circular, do IC2 e da autoestrada.

O que espera da freguesia para os próximos anos?

Assumi o compromisso de me dedicar com muito trabalho, entrega e empenho à freguesia. Reconheço que a Junta em determinados setores necessita de mais pessoas, como na higiene e limpeza. As Juntas não estão neste momento preparadas para liderar grandes projetos, pois não têm quadros suficientes, seja de engenheiros, projetistas, entre outros. Estamos muito dependentes da boa vontade da Câmara Municipal. Santo António dos Olivais é uma freguesia com potencialidades enormes. O problema é que formamos pessoas altamente qualificadas, mas depois não as conseguimos fixar, pois não tem havido uma capacidade de atrair investimentos para cá. Espero e estou convencido de que a atual equipa municipal está disponível para dialogar com os empresários e criar as condições para isso. Só conseguimos desenvolver-nos se fixarmos e captarmos os nossos jovens.

 


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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