Judite Pinho tem atualmente um século de vida marcado pela boa disposição. Após completar 100 anos de histórias, Judite refere “tenho na minha existência tudo o que é bonito”.
Todos os dias atende clientes na sua loja de roupa em Celas e pretende continuar a fazê-lo enquanto a saúde lhe deixar. É com ânimo que contou a sua história de vida.
Judite, natural da Curia, refere que era desde muito nova muito ativa. Foi isso que a fez vir para Coimbra à procura de independência. Conta que é modista há cerca de 44 anos, e que foi o grande costureiro Tavares Pinto que a ensinou a costurar. “Aprendi desde muito nova a arte da costura”, menciona. Na altura do 25 de Abril, abriu um atelier na Rua Ferreira Borges, na Baixa da cidade de Coimbra. “Comecei a ter muito êxito, porque tudo o que eu fazia ia agradando muito às minhas clientes”, refere. Posteriormente, fechou o atelier devido ao 25 de Abril e abriu uma loja de roupa na mesma rua que passou mais tarde para a Rua Doutor António José de Almeida, em Celas.
Atualmente, a profissão de modista não está completamente em vias de extinção, mas, segundo Judite, “foi muito alterada porque abriram muitas empresas estrangeiras e nacionais a fazerem o pronto-a-vestir que dantes não existia”. Para ela o pronto-a-vestir é muito mais cómodo e por isso lidera a preferência dos portugueses. “A pessoa não está a mandar fazer e a sujeitar-se a provas”, acrescenta.
A instabilidade do comércio local afetou também a loja de Judite. Esta refere que “as pessoas agora não compram como compravam. Abriram as grandes superfícies que vieram afetar os negócios”, apesar da loja dela “não ser muito o estilo das grandes superfícies”.
Nos dias de hoje, é essencial estar a par “de tudo o que se passa na minha área e no meu estabelecimento. Quero estar a par das novidades”, revela.
“Considero-me muito feliz porque sempre tive muito sucesso, até ao ponto de poder reformar-me”, termina. Embora já reformada, Judite Pinho continua no ativo até quando a vida lhe permitir.