Há notícias que não largam a nossa atenção: os últimos dias foram preenchidos por acontecimentos que encheram noticiários e… os olhos e os ouvidos dos portugueses. Podemos salientar, dentre vários, o sismo da última terça de manhã; o cidadão do Ervedal, em Quiaios, que alegadamente, e provavelmente em padecimento psicológico, disparou um tiro sobre a esposa matando-a e parece, agora, remeter-se ao silêncio; um cidadão cabo-verdiano que terá raptado e violentado uma criança de sete anos que estava a brincar num parque infantil numa cidade da margem sul; o caso do triatleta que apareceu morto a cerca de 130 quilómetros da sua residência e donde terá saído seguindo-se um desaparecimento de várias semanas e a perspetiva de contornos de crime passional; eleições para os órgãos sociais do Sporting e (uáu!) a SAD do BENFICA e um ou dois colaboradores dos encarnados a contas com a justiça. Os canais televisivos de informação e algumas rádios têm dissecado estes temas até à exaustão. Caem uns temas e avançam outros. Seria interessante quantificar as horas que cada tema mereceu tratamento nos diversos órgãos de comunicação social. Observamos que o FUTEBOL continua a ser um tema atrativo e afetivo para os portugueses e diversos média respondem a essa atratividade dando-lhe noticiabilidade na proporção das PREFERÊNCIAS dos públicos. Fazem-no, no Futebol, indo além do objetivo fenómeno desportivo. Parecem interessar cada vez mais fenómenos adventícios que nada terão a ver com o que acontece dentro das quatro linhas. A força do futebol dito e mastigado leva a melhor e quase apaga ou secundariza factos tenebrosos e hediondos ocorridos recentemente os quais precisariam de uma abordagem pedagógica sob pena de os média perderem a sua função formativa. INFORMAR, FORMAR e ENTRETENIMENTO são os três pilares que devem sustentar os Meios de Comunicação Social… ou estarei errado? Agora há uma espécie de infoentretenimento a esvair-se em avidez na praça pública. Não é fácil FORMAR OU SER PEDAGÓGICO quando se corre a INFORMAR ao gosto do ouvinte ou do telespetador não o levando a pensar, mas a dar-lhe um produto massificado para eventual distração. É uma versão nova dos antigos DISCOS PEDIDOS… na rádio. Ou, por outras palavras: Que saudades do JORNALISMO TRADICIONAL.
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No âmbito do Festival FIGUEIRA FILM ART foram homenageadas na Figueira da Foz, no Casino, três personalidades PROTAGONISTAS da VIDA REGIONAL e ou NACIONAL todas ligadas à CULTURA. Referência para o professor de Português GOUVEIA DE CARVALHO que foi estimado e admirado por gerações de alunos figueirenses, um DISEUR de excelência com uma prodigiosa memória que a vetustez não apaga; o dinâmico escritor peregrino GONÇALO CADILHE de quem se espera sempre ansiosamente uma nova obra a retratar as suas andanças pelo mundo exótico e inesperado. Gonçalo Cadilhe é um escritor cada vez mais admirado pelos portugueses; e a maestrina ALEXANDRA CURADO, pianista de eleição e diretora da Escola de Artes do Centro de Artes e Espetáculos e do Coro PEQUENAS VOZES da Figueira e que é professora no CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE COIMBRA. Este FESTIVAL de CINEMA além de olhar a SOCIEDADE na qual se insere a sua ORGANIZAÇÃO ajuda a reposicionar a cidade-praia como Cidade dos Festivais.
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A Figueira é cidade com forte expressão a nível dos desportos náuticos. Tem em BUARCOS a ONDA MAIS COMPRIDA DA EUROPA o que faz da cidade um lugar procurado por surfistas de várias nacionalidades. No CABEDELO encontramos ESCOLAS DE SURF que lançam regularmente dezenas ou centenas de jovens na modalidade. Para além do remo, da canoagem, vela e natação, o surf e outras variantes próximas como kayacksurf, paddlesurf, bodyboard ou windsurf concitam a atenção de praticantes os quais encontram entre agosto e dezembro o período ideal para a prática destas modalidades. A zona do Cabedelo irá ser renovada e vai dispor de iluminação o que permitirá a prática das modalidades em horários fora da luz diurna. A brisa marítima e as recortadas ondas dão a ajuda necessária.