A Banda Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Ceira comemorou, no domingo (12 de janeiro), 94 anos de vida. Um percurso longo ao serviço da música, da cultura e, acima de tudo, da comunidade que muito honra todos aqueles que fazem parte da sua história e também as “forças vivas” da freguesia, que reconhecem o importante papel que esta instituição tem tido na promoção de Ceira, levando bem longe o nome desta terra.
Homenagens aos músicos falecidos, participação na eucaristia, um desfile pelas ruas, um almoço festivo e um concerto marcaram as celebrações que vão continuar agora com a realização de alguns projetos com vista à melhoria do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Para Sérgio Fachada, presidente da Banda, “é com grande orgulho que se celebram estes 94 anos”, uma data a que só foi possível chegar graças à “aposta na formação, na requalificação e melhoramento dos instrumentos e meios” que a coletividade tem ao seu dispor para continuar a realizar diariamente o seu trabalho.
A Filarmónica conta atualmente com 42 elementos e tem oito na Escola de Música da Banda, oito jovens que estão a aprender música de forma gratuita com o objetivo de ingressar também no grupo. Para além desta, a associação conta ainda com outra Escola de Música, esta privada e aberta à comunidade, que é frequentada por mais de 90 pessoas, que aí aprendem a tocar os mais diversos instrumentos.
Em termos de projetos, Sérgio Fachada dá conta que vão ser realizadas obras de reabilitação na sede, situada na Rua do Clube, de forma a melhorar o espaço físico da sala de convívio, do bar e da cozinha. “Para além do bem estar dos sócios e dos elementos da Banda, é nesse espaço que obtemos alguma receita que nos permite fazer face às nossas despesas”, explica. O presidente dá conta que manter uma coletividade com esta atividade exige um “esforço financeiro grande”, já que “os instrumentos e o fardamento são caros” e a Banda tem que ter um maestro a tempo inteiro. Congratula-se com os apoios que tem recebido da Câmara de Coimbra, que a distinguiu com a Medalha de Mérito Cultural em 2001, e também da Junta de Freguesia, que tem estado sempre ao lado desta coletividade.
Reparar o telhado da sede, que é ainda em amianto, é outro dos projetos que a Direção quer concretizar o mais brevemente possível. Segundo o presidente, “para além dos perigos do amianto, tem muitos anos o que tem levado a alguma degradação e infiltrações”. O investimento ainda é avultado mas Sérgio Fachada espera poder “contar com algum apoio da autarquia para resolver este assunto”.
Com cerca de 340 sócios ativos, a Banda há muito que “faz parte da comunidade e é muito querida pela freguesia e pelas freguesias vizinhas”, contando com muitas atuações não só em Ceira mas também em todo o concelho, região e no país, tanto em eventos religiosos, como noutros projetos desenvolvidos em parceria com outros grupos.
O seu trabalho tem merecido sempre o reconhecimento e apoio da Junta de Freguesia. O presidente, Fernando Santos, não esconde o orgulho pelo percurso desta Filarmónica que tem ajudado a levar longe o nome de Ceira, parabenizando por isso todos quantos contribuíram para a sua história e para a preservação e promoção do património cultural da freguesia.
“A Banda Filarmónica é um ativo cultural muito importante que temos na freguesia, desde logo pela sua longevidade, sendo a associação mais antiga. É um património cultural que tem que ser valorizado, acarinhado e ajudado da melhor forma possível”, sublinha.