12 de Maio de 2025 | Coimbra
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MANUEL BONTEMPO

Figuras da Arte

17 de Julho 2020

É uma pintora que recria uma natureza na elegância das formas, na delícia do convívio com os quadros que representam, mentalmente, as mil personagens do seu mundo onírico e a satisfação específica que se dilui em formas subtis e no dinamismo dos conteúdos.

Pintora que procura sempre as faculdades superiores há muito que se distingue no desenvolvimento das atividades espirituais, que estão nas cores, no singular desenho, na vida consciente e no saboroso instinto, de criadora, nas energias que são, em parte, a consciência biológica duma artista admirável reconhecida no estrangeiro pela crítica competente.

De exposição para exposição, surge com novas roupagens, mas não abandonando o seu estilo, o seu facie, a inteligência do ser, o círculo de compreensão, que lhe permite as perfeitas composições, os movimentos internos dos quadros, o clímax elevado, na forma clássica, numa rara omnimoda na aplicação das tintas na criação da beleza do que seduz, do que prende.

Isabel Zamith é das maiores pintoras portuguesas, bem conhecida nas tertúlias e galerias, premiada que atingiu a ideia da beleza, reconhecida neste país e no estrangeiro.

Considera a pintura como um credo ou a ciência da natureza, tantas vezes, olhando para a tela branca, começando a pintar, num ato inteiramente intuitivo, quase sem reconhecer no princípio o objeto ou as leis, como uma sonâmbula numa atividade empírica, depois acorda e na experimentação consciente nascem as “verdades” que constituem, afinal, parte universal e abstrata da sua filosofia agarrada a um misticismo da autora muito crente no exemplo de Jesus numa fé viva e sem falsos gongorismos.

A sua pintura, o seu canto à terra portuguesa e a musicalidade da forma poética, romântica, quase uma função divinatória, de uma predestinada, que cria a sua Obra, com talento nunca se colocando nos bicos dos pés.

A crítica e o público são os aferidores.

Expôs em tudo o que é sítio e em Coimbra realizou grandes exposições ainda hoje recordadas como festim invulgar para todas as sensibilidades!

De grande mobilidade mental e ainda lhe sobra tempo para participar em reuniões de ciência e religião superiormente encantadora como dilata a sua fé em Cristo.

Singular esta figura da arte que ombreia historicamente com os grandes nomes da nossa Arte.

Isabel Zamith na sua simplicidade humana não se serve do dogmatismo pedinte ao invés de outros…


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