A Feira do Mel, que celebra este ano o seu 30.º aniversário, vai voltar a adoçar a vila do Espinhal, no concelho de Penela, de 30 de agosto a 1 de setembro.
Promovida pela Junta de Freguesia do Espinhal, em parceria com a Câmara Municipal de Penela, esta é uma das feiras mais antigas do país, assumindo-se como uma “oportunidade privilegiada para provar o mel produzido na região”, bem como alguns dos seus doces e produtos derivados, onde se destacam os licores e aguardentes, as compotas e doces, o vinagre e, ainda, as velas de cera de abelha. A estes juntam-se ainda outros produtos típicos da região, como o famoso queijo Rabaçal, o vinho “Terras de Sicó” e o artesanato.
A Feira do Mel do Espinhal aposta, sobretudo, como realça o presidente da Junta, Luís Dias, na promoção dos “produtos endógenos e tradicionais do concelho” e na valorização do mel da Região Demarcada da Serra da Lousã e dos seus produtores, contribuindo assim para o maior reconhecimento de uma atividade que, apesar de complementar, continua a ter um peso de grande importância para a economia de muitas famílias da região.
“Há ainda muitas famílias a dedicarem-se à apicultura na nossa região. É um ‘part-time”, uma atividade paralela, que continua a ser uma mais valia para a economia familiar”, explica o autarca, enaltecendo também a importância que tem para a própria proteção e preservação florestal.
“O facto de haver muita gente a dedicar-se à apicultura é também um fator positivo para a região no que toca a incêndios, assim como a exploração florestal. Quanto mais pessoas andarem na floresta melhor, mais vigiada e mais limpa se encontra”, sublinha Luís Dias, dando conta que os trágicos incêndios de 2017 estão ainda muito presentes na memória de todos, com impactos que se refletem em várias áreas, inclusive na própria produção de mel, com várias colmeias e enxames de abelhas afetados pelos incêndios.
Luís Dias admite que este não será ainda “um grande ano de mel em termos de quantidade”. Para além do impacto dos incêndios, o concelho foi também “muito atacado no ano passado pela vespa asiática”, o que, segundo o autarca, “tem trazido grandes prejuízos aos apicultores”.
Com 30 anos de história, a Feira do Mel do Espinhal é uma das mais antigas do país. Este é, portanto, “um ano de celebração para o Espinhal e para o concelho”, onde várias dezenas de expositores irão apresentar tudo o que é tradicional neste certame.
De acordo com Luís Dias, o programa vai ser “idêntico aos dos anos anteriores”, apostando sempre em “alguma inovação e novos atrativos, que lhe permite crescer e apresentar às pessoas sempre ainda mais motivos para virem visitar a feira”.
Serão, como frisa, “três dias de muita festa, onde não falta a gastronomia, a música, o artesanato e as tradições da região”. Depois do sucesso do ano passado, volta a estar no recinto uma tasquinha com a gastronomia regional, uma “inovação que conquistou o público” e que, segundo Luís Dias, é para continuar. Assegurada por uma associação que representa a Serra do Espinhal, esta tasquinha apresenta pratos e petiscos típicos da região, convidando os visitantes a “fazerem aí a sua refeição e saborear tapas diversas com os produtos locais”.
Tal como tem sido habitual, o programa da feira integra também, logo no primeiro dia, a entrega dos prémios de mérito escolar, que reconhecem os melhores alunos, de todos os anos, desde o primeiro ciclo até ao ensino superior. “No ano passado reconhecemos 47 alunos. É um reconhecimento monetário, acompanhado por um certificado, que representa um estímulo para acreditarem que se trabalharem conseguem o seu objetivo”, realça o autarca.
Conta ainda com vários eventos culturais e desportivos e com muita música e animação, reunindo assim atrações para públicos de todas as idades. O seminário “Impacto das Políticas Públicas no Setor Agroflorestal no Pinhal Interior – após 2017”, a exposição de caricaturas de Pedro Ribeiro Ferreira, atividades ao ar livre, concertos e bailes são alguns dos eventos que vão animar os dois primeiros dias. A 1 de setembro, o destaque vai para a Feira do Mel, a partir das 8h00, começando uma hora depois a caminhada “Rota do Mel”. Às 11h00 decorre a receção às entidades oficiais e prova de mel e às 13h00 o habitual almoço do apicultor. Durante a manhã há animadas arruadas e à tarde, depois do concerto do Grupo Coral Carlota Taylor, realiza-se o tradicional Festival de Folclore. O programa termina com uma noite de fados.