28 de Setembro de 2025 | Coimbra
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Farmacêuticos são “presença silenciosa, mas determinante”

26 de Setembro 2025

Hoje é um dia importante para toda a comunidade farmacêutica, pois assinala-se o Dia Nacional do Farmacêutico (26 de setembro). Esta data foi adotada pela Ordem dos Farmacêuticos em 1989 em homenagem a São Cosme e São Damião, os santos padroeiros da profissão. A celebração serve para valorizar o papel crucial destes profissionais na saúde pública, destacando a sua importância na promoção da saúde e na prevenção da doença.

Lúcia Santos, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos, ressalta o papel essencial destes profissionais, que tantas vezes é invisível, mas sempre próximo dos cidadãos. “Arrisco afirmar que o farmacêutico é o profissional de saúde que mais proximidade mantém com a comunidade”, afirmou, sublinhando que estão presentes “na farmácia do bairro, no hospital, no laboratório de análises, na indústria, na investigação, nas universidades e até na cooperação internacional”.

Segundo a responsável, o trabalho dos farmacêuticos é “múltiplo e discreto, mas decisivo”, assegurando a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, e acompanhando os doentes “na saúde e na doença”. Num país envelhecido e com crescente pressão sobre o sistema de saúde, o seu contributo “deve ser cada vez mais crucial”.

Não há equipa de saúde sem farmacêuticos

Lúcia Santos critica a falta de aproveitamento das competências destes profissionais por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “O discurso oficial gosta de repetir que o SNS é fundamental e insubstituível. O que é verdade. Mas, paradoxalmente, continua a desperdiçar competências, a desperdiçar recursos e a manter amarrado o contributo de milhares de farmacêuticos”, apontou.

A presidente deixa várias questões em aberto. “Quantas consultas hospitalares poderiam ser evitadas se os farmacêuticos tivessem um papel mais ativo na gestão da terapêutica de doentes crónicos? Quantas complicações seriam prevenidas se houvesse programas de acompanhamento estruturados, remunerados e integrados no SNS?”. Sublinhando que não se trata de uma “reivindicação corporativa”, mas de uma “questão de interesse público”, reforça que a ciência demonstra melhores resultados em saúde e redução de custos quando os farmacêuticos têm maior responsabilidade clínica.

Na sua opinião, o futuro da profissão vive um “tempo de transição”, marcada pela fármaco-genómica, nanotecnologia, inteligência artificial e impressão 3D. No entanto, avisou que “nenhuma tecnologia substituirá a relação de confiança construída entre farmacêutico e cidadão. É nesse espaço humano que o farmacêutico faz a diferença.”

Para Lúcia Santos, o Dia Nacional do Farmacêutico é mais do que uma efeméride. “É também o dia de todos aqueles que, ao entrar numa farmácia, ao receber um medicamento no hospital ou ao confiar num ensaio clínico, encontram na figura do farmacêutico a garantia de que a ciência, a ética e a humanidade continuam a caminhar lado a lado.”


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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