As comemorações do Ano Jubilar dos Mártires de Marrocos e de Santo António, que vão decorrer em Coimbra de 12 de janeiro de 2020 a 17 de janeiro de 2021, vão incluir a realização de três grandes exposições, peregrinações ao Mosteiro de Santa Cruz e à Igreja de Santo António dos Olivais, colóquios e vários momentos de “Diálogo com António”.
Estas são algumas novidades do amplo programa que vai assinalar os 800 anos do martírio dos primeiros frades franciscanos e a sua importância na vocação de Santo António. Estes eventos foram divulgados na terça feira, no Museu Nacional Machado de Castro (MNMC), numa cerimónia que ficou também marcada pela apresentação da Carta Pastoral do Ano Santo, pelo Bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, e do site oficial do Ano Jubilar (jubileu2020.pt).
Nesta Carta Pastoral, Virgílio Antunes apresenta “alguns desafios” para este Jubileu, acontecimento que será um marco único para Coimbra e que pretende que seja “uma porta aberta para que todos possam redescobrir o Evangelho”. A evangelização, a espiritualidade, a renovação cultural, a vocação cristã e das vocações na Igreja e a renovação da piedade popular antoniana são os desafios que lança para este Ano Santo.
O programa, que tinha sido apresentado já em outubro e que continua aberto a novas ideias, vai incluir a realização de três grandes exposições que resultam da parceria entre o MNMC e o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). A primeira, com o título “De Fernão de fez António”, vai ficar patente no Mosteiro de Santa Cruz, de 2 de fevereiro a 17 de janeiro, portanto durante cerca de um ano. De acordo com Virgínia Gomes, conservadora do MNMC, vai ser dedicada especialmente a Santo António, reunindo um total de 32 peças, “maioritariamente obras máximas da cultura portuguesa relativas à iconografia de Santo António e à sua história”, espólio do próprio Museu e do Mosteiro mas também da Biblioteca Municipal do Porto, do MNAA e de paróquias e coleções particulares da região de Coimbra.
A segunda exposição vai estar patente no MNAA, em Lisboa, de junho a final de agosto, e irá centrar-se, como explicou o diretor Joaquim Caetano, “nas figuras dos mártires de Marrocos”, que “acabaram por ser os primeiros a ser martirizados pelo Islão”, representando por isso “uma viragem na oposição entre cristianismo e islamismo”.
Parte desta exposição vai estar também em Coimbra, de setembro a dezembro, no MNMC. “Do martírio à santidade” é o tema desta mostra que, de acordo com a diretora Ana Alcoforado, dará “um grande enfoque à devoção”, havendo um núcleo que vai apresentar todas as relíquias dos mártires presentes no Museu.
Das novidades anunciadas destaque ainda para a criação de um percurso que vai permitir a peregrinação aos “lugares santos”, nomeadamente ao Mosteiro de Santa Cruz e à Igreja de Santo António dos Olivais. De acordo com Francisco Prior Claro, da comissão executiva, esta peregrinação está a ser preparada pelos dois templos e deverá passar também por outros espaços da cidade ligados a este tema.
Destaque também para a realização, já em janeiro, no dia 16, no Colégio de Santo António da Pedreira, em Coimbra, do colóquio sobre os “Mártires de Marrocos – evocação dos 800 anos do Martírio”, que abordará a história e memórias e a espiritualidade e materialidade. No ano seguinte, de 14 a 16 de janeiro, no encerrar das celebrações, vai realizar-se um colóquio internacional que, para além do debate, contemplará visitas ao Mosteiro de Santa Cruz, à Igreja dos Olivais e ao Convento São Francisco.
No primeiro semestre de 2020 vai realizar-se ainda o evento “Diálogos com António”, um ciclo que abre a 19 de janeiro e termina a 7 de junho, trazendo ao diálogo temas como “A força da palavra”, “Famílias como as nossas”, “A economia de Francisco”, “Europa, para onde vais?”, “O Dom frágil da vida” e “Santo António: o monge, o frade, o santo”.
Estas são, portanto, algumas novidades que se juntam ao programa já apresentado e que integra, ao longo de um ano, múltiplas iniciativas de caráter religioso mas também cultural e científico.