A antiga Estação Elevatória de Coimbra prepara-se para ganhar uma nova vida como Biblioteca Carlos Fiolhais, um espaço que promete unir ciência, cultura e património num mesmo ambiente. O projeto de reabilitação foi apresentado na passada quinta-feira, 16 de outubro, numa sessão que contou com a presença de Carlos Fiolhais, do arquiteto João Mendes Ribeiro, autor do projeto, e do arquiteto Rui Lobo.
A sessão foi conduzida pelo próprio Carlos Fiolhais, que destacou a importância da transformação do antigo edifício, com mais de um século de história, num espaço de conhecimento aberto à cidade. O cientista recordou ainda a doação da sua biblioteca pessoal, cerca de 40 mil documentos, ao Município de Coimbra, que constituirá o acervo principal da nova biblioteca.
O arquiteto João Mendes Ribeiro, reconhecido pela sua vasta experiência em reabilitação patrimonial, apresentou as linhas orientadoras do projeto, sublinhando a importância de “aproveitar o que já existe”. Segundo o arquiteto, esta intervenção é “um dueto entre o novo e o edifício original”, criando uma “linguagem contemporânea” que respeita a memória do espaço.
A requalificação inclui intervenções estruturais discretas, mas fundamentais: a resolução de problemas de humidade, a instalação de estantes suspensas, que protegem o acervo em caso de cheias, e a criação de uma mezzanine de leitura. O projeto prevê ainda a recuperação dos sanitários, a introdução de mobiliário desenhado de raiz e a reativação da esplanada com um novo balcão de apoio.
Para Rui Lobo, docente do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, esta obra confirma João Mendes Ribeiro como “um dos mais destacados arquitetos portugueses no campo da reabilitação”. A nova Biblioteca Carlos Fiolhais deverá afirmar-se, assim, como um espaço de diálogo entre a história e o futuro, entre a ciência e as artes, no coração de Coimbra.
A obra tem um prazo de execução até final de outubro, contudo serão precisos alguns ajustes e prevê-se que a inauguração acontece em meados de novembro. A conclusão das obras representa um marco simbólico para a valorização do património científico e cultural da cidade.