Um consórcio luso brasileiro de investigação, do qual fazem parte quatro docentes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), está a desenvolver um tratamento inovador para feridas da pele provocadas pela diminuição de circulação sanguínea, denominadas úlceras de pressão.
A equipa de trabalho esteve reunida em Coimbra, até ontem, para realizar as primeiras análises laboratoriais e o projeto, que obteve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), vai estender-se até junho de 2020.
As úlceras de pressão são habitualmente tratadas com hidrocolóides – pensos que fazem a regeneração da pele e que são produzidos com “material de alto custo”, explica Ana Angélica Macêdo, coordenadora do projeto e docente do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), no Brasil. O objetivo do consórcio passa por encontrar uma solução mais económica, através da extração de polissacarídeo da semente Adenanthera pavonina L., acrescenta a investigadora. Só no final da investigação será possível quantificar a poupança que este método representa, mas a utilização de “material vegetal biodegradável, abundante e de baixo custo” permite antecipar que os custos de produção serão reduzidos comparativamente aos métodos existentes.
De acordo com Ana Angélica Macêdo, o objetivo principal é chegar ao final com “um produto inovador e eficaz para úlceras de pressão para patentear e comercializar”.
Para o conseguir, o projeto “Preparação e Caracterização de Hidrocolóide obtido a partir de Galactomanana Reticulada para Aplicações em Úlceras de Pressão” reúne uma equipa de especialistas multidisciplinar, composta por três docentes brasileiros (do IFMA e da Universidade Federal do Maranhão), cinco estudantes bolseiros provenientes das instituições brasileiras e quatro docentes da ESTeSC: Ana Paula Fonseca e Jorge Balteiro (Departamento de Farmácia), Fernando Mendes (Ciências Biomédicas Laboratoriais) e Filipe Amaral (Ciências Complementares).
“Complementado os recursos existentes nas diferentes instituições de ensino superior, a investigação é mais célere e produtiva”, nota Fernando Mendes, justificando assim a parceria entre a ESTeSC e as instituições brasileiras, reforçando a importância da investigação ser “multidisciplinar e transnacional, com diferentes conhecimentos, competências e aptidões a trabalharem em conjunto para encontrar soluções para problemas na área da saúde e com forte impacto no indivíduo e na sociedade.