Dar valor à Palavra é respeitar vocábulos simples ou complexos, é exprimir dialogando ou escrevendo, é receber escutando ou lendo. Os últimos meses são sinónimo de ausência. Distância de abraços e afetos, de vozes e sorrisos. Tenta-se contornar a situação, ligeira ou já cotia para muitos, mais aguda para outros. O poder da leitura tem-se incrementado com os últimos confinamentos, não apenas do livro de jardim, de sala ou de cabeceira, mas também páginas frescas e curiosas de várias publicações periódicas. A informação chega ao meio digital e aos quiosques diariamente através de dezenas de títulos, outros entram pelas casas semanalmente. É o caso de “O Despertar”, voz secular de Coimbra e da região, que tem assumido para muitos dos seus leitores uma presença ansiada a cada sexta feira. São por vezes o noticiado, a cultura, opinião e demais temas que aborda, as palavras mais enchentes para muitos que nesta fase se sentem ainda mais sós, em particular a população mais idosa. Eis esta folha da imprensa Coimbrã como um dos exemplos do valor da palavra.

Os dígitos vão somando aos anos de um jornal histórico. Hoje com 104 anos, nasceu entre muitos que nos inícios do século XX fizeram parte da imprensa de Coimbra. Muitos ficaram pelo caminho, “O Despertar” resistiu e continua a resistir. O seu cariz familiar é uma das suas características, uma das que lhe continua a dar longevidade, continuando a chegar aos vários pontos do país e do mundo. Um projeto editorial que faz parte de vidas e gerações. Conheci-o como tantos nas primeiras passadas pela Lusa Atenas, felicitei o projeto e hoje retribuo os votos dando os Parabéns a todos os quantos fazemos parte da história deste “Velhinho”, que por muitos mais anos continuará a ser voz da região, da cultura e a companhia de muitos.