ENCHER DE COIMBRA OS FESTIVOS CORAÇÕES
Ler Miguel Torga é ler COIMBRA e o país. Ler VASCO PEREIRA DA COSTA é ler COIMBRA através das ilhas. Pensar em COIMBRA com o coração pode ser evocar MANUEL ANTUNES. Pensar melhor saúde em COIMBRA e defender o Hospital dos Covões é, por exemplo, falar de COSTA ALMEIDA ou de RUI PATO. Evocar os amores de PEDRO e INÊS, e defender a causa Portugal, é ter por cenário COIMBRA. Escutar música clássica em COIMBRA é ouvir a ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO. Incursões mágicas em COIMBRA é descobrir LUÍS DE MATOS. Gostar de alguém, daqui até ao fim do mundo, em COIMBRA, pode ser ouvir uma música de ANDRÉ SARDET. Pensar COIMBRA, através de grandes nomes no futebol, é evocar os Irmãos CAMPOS ou MANUEL ANTÓNIO que conquistou uma Bola de Prata pela Académica para além da sua faceta de referência no Instituto Português de Oncologia. Pintar COIMBRA pode ser com assinatura de MANOEL OLIVEIRA, MÁRIO SILVA,CONTENTE, BERARDO,VICTOR COSTA, PEDRO OLAYO, RUI CUNHA, CÍRCULO DE ARTES PLÁSTICAS e tantos, tantos mais numa cidade cheia de agentes culturais em múltiplas áreas. Na CARICATURA de COIMBRA é ler o traço do nosso BELISÁRIO.e entre tantos outros LUÍS COSTA ou ZÉ OLIVEIRA. Saborear uma bela bolacha é lembrar a Fábrica Triunfo em COIMBRA. Lembrar ANTÓNIO SIMÕES, da Fábrica da Cerveja, é um gole, um trago de basquetebol e das cervejas conimbricenses TOPÁZIO e ONYX tal como podia ser, ainda basquetebolisticamente falando, MÁRIO MEXIA. COIMBRA é uma capa que se destraça ao som de um F.R.A.. Falar de COIMBRA é evocar uma enorme plêiade de intelectuais e pensar. Pensar o Futuro, o Presente e ter orgulho no Passado. Pensar a ALTA de COIMBRA é abraçar os SALATINAS e os cabelos loiros do então miúdo da Alta, CARLOS PAREDES, emérito guitarrista. COIMBRA é ainda muitas guitarras e violas; e é o mestre JORGE GOMES. COIMBRA sabe ao CANTINHO DOS REIS desse cavalheiro da arte de bem conviver e receber, gastronomicamente, JOSÉ REIS. COIMBRA é arte de bem falar português sob a atenção da prodigiosa MARIA REGINA ROCHA. COIMBRA é nadar veloz como DIOGO RIBEIRO. COIMBRA é FIOLHAIS, ensaísta e referência sublime na Física. Pensar SANTA CLARA é ligar esta acolhedora freguesia à FEIRA POPULAR e às FESTAS DA CIDADE DE COIMBRA em honra da RAINHA SANTA. Falar de belas mulheres é associarmo-nos às TRICANAS de COIMBRA.É lembrar os vários grupos de folclore e etnografia existentes na cidade. E, afinal, tão pouco escrevi, ate agora, acerca das glórias de COIMBRA que são imensas. Aquela em que o leitor pensa e não enunciei fica aqui com espaço reservado. Apenas ficarei satisfeito com uma COIMBRA OMNIPRESENTE NO NOSSO DIA A DIA a encher páginas de vida e de um jornal – este jornal O DESPERTAR DE COIMBRA -, que a representa sempre e não apenas em tempo festivo. Porém, COIMBRA está em festa: Rosas, Pão, Homenagens, Guitarras, Serenatas, Progresso. Vamos encher de COIMBRA e de um democrático e salutar COIMBRISMO os nossos corações, em tempo de festa.
ZARPOU, FAUSTO, CANTOR DA PEREGRINAÇÃO
FAUSTO BORDALO DIAS era um dos maiores cantores e compositores do nosso país. A sua obra discográfica ficará para se eternizar pela qualidade e pelos rasgos pensados de portugalidade. Dentre toda a sua vasta produção recordo hoje, como homenagem a quem zarpou no início desta semana, o álbum POR ESTE RIO ACIMA. A obra baseia-se na PEREGRINAÇÃO de FERNÃO MENDES PINTO, natural de Montemor-o-Velho e que agora tem um grupo escultórico em sua homenagem, naquela vila, junto ao Convento dos Anjos. Tenho de vos contar, leitores, que o FAUSTO nos concedeu o privilégio de estrear, radiofonicamente, a obra referida, no programa SABATINA que nos inícios dos anos oitenta apresentámos na RDP de Coimbra para emissão nacional, aos sábados de manhã. O Xico Amaral fez a dissecação do álbum e, FAUSTO, em estúdio, dialogou connosco e com alguns ouvintes. A tarde desse dia foi passada em minha casa com alguns colegas da rádio e com o FAUSTO a relatar-nos episódios da produção do álbum e do seu percurso de vida com ligações a grandes nomes da música de matriz coimbrã. Tenho a maior admiração pelo FAUSTO desde o seu início na música e, em tom confessional, afirmo ser POR ESTE RIO ACIMA o melhor que escutei até hoje, como álbum em compacto ou extensão temática, na música portuguesa, mesclada por influências angolanas e da Beira Interior. Obrigado, e até sempre, FAUSTO.