A empresa Soft Time venceu o procedimento público para a transformação do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, num hotel.
O concurso foi lançado no âmbito do Revive, programa de requalificação de património para fins turísticos, que visa, no caso do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, transformar uma área edificada de cerca de 13 mil metros quadrados num hotel de cinco estrelas, prevendo, para isso, um contrato de concessão de 50 anos.
Este procedimento público contou com duas propostas, mas a empresa que ficou em primeiro lugar desistiu do processo, tendo sido posteriormente contactada a Soft Time.
A empresa, constituída em 2019 e detida pelo madeirense Sérgio Aleixo, “concluiu o processo de habilitação, estando agora em curso o procedimento de assinatura do contrato de concessão”.
A Soft Time venceu em 2021 o concurso para a transformação do Mosteiro do Lorvão, em Penacova, num hotel, com a plataforma do Revive a indicar que estava previsto um investimento na ordem dos sete milhões de euros e início de exploração em 2024.
A transformação do Mosteiro num hotel tem sido contestada, nomeadamente pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), uma das entidades organizadoras da bienal de arte contemporânea Anozero, que tem tido naquele monumento o epicentro da sua atividade.
Apesar de o concurso prever a possibilidade de reservar 600 metros quadrados para a bienal, de dois em dois anos, o diretor do CAPC, Carlos Antunes, sempre foi crítico dessa opção e chegou a admitir que o fim da utilização do mosteiro pela arte contemporânea poderá ditar o próprio fim da Anozero.