9 de Dezembro de 2024 | Coimbra
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Eiras e S. Paulo de Frades: Novo edifício sede é a grande ambição do Executivo

28 de Maio 2020

A ampliação e requalificação do edifício sede da Junta de Eiras é uma das obras mais ansiadas pela União das Freguesias (UF) de Eiras e S. Paulo de Frades. O presidente, Fernando Abel Simões, lamenta o espaço exíguo e sem condições, que não dignifica o trabalho que é prestado às dezenas de pessoas que ali se deslocam diariamente. Considera que se trata de uma das maiores lacunas nesta UF que, de resto, está bem dotada a todos os níveis e que tem um potencial enorme para que a cidade possa continuar a crescer para este território.

Situada no “coração” de Eiras, em pleno centro histórico, o edifício sede da Junta há muito que precisa de uma intervenção urgente, que crie melhores condições de trabalho e também de acolhimento. O presidente da UF de Eiras e S. Paulo de Frades, Fernando Abel Simões, lembra que esta é já uma reivindicação antiga, que espera possa avançar em breve.

De acordo com o autarca, “o anteprojeto está feito”. Nesta fase, para além de aguardar “pelo projeto final”, está também em articulação com a Câmara Municipal de Coimbra para “saber com que comparticipação pode contar”. Fernando Abel Simões adianta que esta ampliação “não deverá custar menos de 250 mil euros”, um orçamento que dependerá “dos acabamentos finais que possam ser necessários”.

“É um assunto que ainda temos que ultimar. Esta é a segunda maior freguesia de Coimbra e não pode ter este espaço para trabalhar, tão exíguo e com uns acessos tão condicionados”, alerta.

Quem conhece o edifício, facilmente se apercebe das carências ali sentidas. Para além dos serviços habituais, as instalações acolhem também o Posto dos Correios, o que acaba por contribuir para um maior movimento. A própria sala da presidência é pequena para receber um grupo de pessoas, o que acaba por ser uma limitação em determinadas circunstâncias.

“Esta é uma Junta com grande movimento e consideramos que a sua ampliação é um projeto prioritário”, realça o presidente, acrescentando que, para além de poder acolher “muito poucas pessoas de cada vez”, é urgente resolver também a questão das acessibilidades, já que os acessos não acautelam as limitações de pessoas portadoras de deficiência motora ou invisuais, não garantindo a necessária segurança dos utilizadores, já que, como dá conta, “já houve pessoas que ali caíram”.

“Não faz sentido nos tempos atuais trabalharmos nestas condições, gerirmos uma freguesia desta dimensão nestas instalações tão exíguas”, sublinha. Fernando Abel Simões diz que já alertou a Câmara para esta realidade e congratula-se pela “abertura encontrada”, esperando por isso que esta questão se possa resolver em breve.

“O anteprojeto está feito, o espaço existe, os prédios já foram comprados, a titularidade dos mesmos já é da Junta e portanto só falta mesmo implementar o projeto”, sublinha, manifestando a esperança de que a obra possa arrancar ainda no próximo ano porque, de facto, “não temos as condições mínimas de trabalho para receber as muitas pessoas que aqui entram diariamente”.

UF cresce a nível empresarial e habitacional

Fernando Abel Simões não esconde o orgulho que tem na UF que dirige. O autarca, que completa 70 anos em dezembro próximo, conta que tem “uma ligação para a vida” com este território, tendo nascido em Lordemão, morado na Redonda e casado em Casais de Eiras. “Conheço profundamente toda esta área, que tem realidades diferentes mas que se conjuga bem no seu todo”, frisa.

Foi o primeiro presidente a assumir esta UF, depois da reorganização administrativa de 2013. Antes disso, integrou durante 25 anos, desde 1974, a Assembleia de Freguesia de Eiras. Diz que nunca foi sua ambição ser presidente, até porque a vida de empresário sempre lhe exigiu uma dedicação a tempo inteiro. Acabou por aceitar o desafio já após a reforma, numa fase da vida em que, como diz, o pode “abraçar com espírito de missão”. Admite que encontrou, fruto desta agregação, uma UF com “realidades diferentes” mas que se conjuga no seu todo e, decorridos sete anos, considera, em jeito de balanço, que “tudo tem corrido razoavelmente bem”, tendo mantido sempre a preocupação de realizar obra em todo o território.

Para Fernando Abel Simões, a UF de Eiras e S. Paulo de Frades tem a vantagem de “estar no ‘coração’ da cidade e ter tudo o que é necessário para garantir a qualidade de vida dos cidadãos”. Apesar de haver sempre “mais e mais a fazer”, destaca o que está feito em todas as áreas, bem como o facto de a UF contar “com uma zona empresarial fortíssima” e “com grandes potencialidades para crescer”.

“Era bom perguntar a Coimbra onde é que está, de facto, o maior número de empresas que contribuem com imposto para a nossa cidade. Temos em Eiras a maior área empresarial da cidade, encontra-se cá sediada toda a área alimentar mas temos empresas de todos os setores de atividade. Isto só acontece porque temos condições para as receber”, sublinha, não escondendo o orgulho que sente quando, na época do Natal, “as ruas se ‘entopem’ de gente, porque tudo se conjuga para que as pessoas venham às compras a esta região”.

Preço dos terrenos dificulta novas aquisições

O presidente da UF explica que só não há mais empresas a fixarem-se neste território devido “aos elevados preços que os proprietários pedem pelos terrenos”. Isso, associado também a “alguma burocracia que é habitual nos serviços públicos”, tem “travado” a instalação de algumas grandes empresas, como sucedeu há algum tempo com uma empresa de “referência nacional da área dos transportes”. Recorda que esta empresa “queria uma área enormíssima” e que, apesar de existirem terrenos que correspondiam às características desejadas, “os proprietários pediam somas exorbitantes por eles”, o que inviabilizou o projeto.

Fernando Abel Simões lamenta que assim seja, já que, “no fundo, quem potencia a riqueza, quem se mobiliza para dinamizar serviços e áreas de trabalho são essencialmente as empresas privadas, cabendo ao Estado fazer a gestão daquilo que é a coisa pública”. Considera que estas “empresas de referência fazem falta a Coimbra” e que a cidade “precisa delas, assim como necessita de tudo o que possa contribuir com mais valias em termos locais, ao empregarem pessoas e ao criarem riqueza que se vai refletir depois na qualidade de vida dos cidadãos”.

O autarca convida, por isso, os empresários a virem para esta UF. “Há um espaço enorme para a cidade de Coimbra crescer para norte. Aliás, eu como autarca da zona norte, tenho que dizer que pelo espaço disponível que temos, até pelas nossas condições geológicas, temos provavelmente o melhor sítio para a cidade poder crescer com harmonia, com qualidade e sem fazer as chamadas agressões ambientais. Temos, de facto, condições extraordinárias”, realça.

Habitação cresce devagar

Com uma população que ronda os 18.000 habitantes, a UF de Eiras e S. Paulo de Frades tem assistido a “um crescimento a nível da habitação mas não muito significativo”. Há, contudo, um fenómeno que começa a ser mais evidente e que, segundo o autarca, valoriza muito este território – a requalificação dos núcleos históricos e centrais.

“Só no núcleo histórico de Eiras vimos recuperar quatro ou cinco casas velhas ultimamente. Considero isso excelente porque vem contrariar a aposta no betão, tendência que se verificava há já alguns anos. Para mim, é uma alegria enorme ver requalificar este espaço central, esta zona histórica que é a essência da identidade de Eiras, que foi espaço de lazer do reino, onde se passearam D. Dinis e Isabel de Aragão”, recorda.

De resto, há em toda a UF parques habitacionais fortes mas que se têm mantido estáveis, com um ou outro novo foco a surgir pontualmente.

Se nesta área da construção a UF está bem servida, outras há onde é preciso ainda investir. Fernando Abel Simões destaca, por exemplo, a intervenção que está a ser feita em Santa Apolónia, uma dessas zonas fortes a nível habitacional e que conta com uma área verde muito aprazível. Em articulação com a Câmara de Coimbra, a Junta tem vindo a realizar várias intervenções, nomeadamente abate de árvores que estavam já a ultrapassar os níveis dos telhados em altura, limpeza e plantação de novas árvores. De acordo com o presidente, “a ideia é revitalizar toda aquela zona, mantê-la verde, de forma a que atraia as pessoas àquela área de grande densidade populacional e muito bonita para se viver”.

Junta de S. Paulo de Frades vai ser requalificada

Outra das intervenções previstas para breve é a requalificação do edifício da antiga Junta de Freguesia de S. Paulo de Frades. De acordo com o presidente, vão ser feitos alguns melhoramentos, bem como pinturas, de forma a tornar aquele espaço mais bonito e acolhedor.

Também em S. Paulo de Frades, a Junta tem-se deparado com falta de espaço para exumações no cemitério, o que levou à reorganização e reaproveitamento do espaço, o que permitiu libertar mais 35 lugares para sepultar pessoas. Fernando Abel Simões adianta que a questão da falta de espaço é sentida também no cemitério de Eiras, onde está a ser executado neste momento “mais um ossário, que vai permitir acolher mais cerca de 50 ossários”.

Permanentemente insatisfeito, o autarca diz que “há sempre muito a fazer”. Realça que, nestes sete anos de mandato, realizou “obra em todos os sítios da UF”, muitos deles no âmbito dos contratos administrativos assinados com a Câmara de Coimbra, como as muitas intervenções a nível de requalificação de vias, melhoramento e construção de passeios e valetas, entre outras intervenções.

Fernando Abel Simões destaca, por exemplo, as obras feitas recentemente na zona das Piscinas Rui Abreu, na Pedrulha; a intervenção realizada no Largo de S. Paulo de Frades com a requalificação da via e empedramento das ruas; e a colocação de valetas espraiadas em Casais de Eiras. Em curso estão a abertura de valetas no Golpe e a construção de passeios em Santa Apolónia. Previstas para breve estão a requalificação de zonas do Monte Formoso, onde está a ser feito um estudo que prevê também a criação de mais espaços de estacionamento; e a construção de passeios e alcatroamento de vias no Bairro de S. Miguel.

“Estamos a falar de intervenções que são determinantes para a qualidade de vida da população, que começa ao pé da porta. Eu só fico feliz no dia em que as pessoas possam caminhar, pelo menos por um dos lados da via, em segurança e em cima de passeios”, sublinha.

Destaca também o grande investimento que está a ser feito a nível da cobertura da rede de água e do saneamento que, nesta UF, está muito perto dos 100 por cento, estando em curso duas grandes empreitadas, uma quase concluída na zona de Casal do Lobo, Cova do Ouro, Dianteiro, Carapinheira e Serra da Rocha, que representa um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, e outra no Golpe, Rocha Velha e Várzeas, orçada em cerca de um milhão.

Fernando Abel Simões diz que, no final do primeiro mandato, fez “um levantamento de todas as obras realizadas, com dinheiros dos contratos interadministrativos da Câmara ou dos fundos da própria UF”. Assegura que a preocupação do seu executivo assentou sempre em “fazer mais e melhor com os meios que tinha, sendo cuidadoso na forma de gestão e sem se queixar da falta de dinheiro”, na certeza de que “toda a verba que vier é bem vinda e desejada, já que permitirá fazer sempre mais em prol dos nossos cidadãos”.

Campo do Vale do Fôjo adapta-se para receber grandes eventos

O Campo do Vale do Fôjo, também conhecido como campo de futebol do Eirense, está a sofrer uma intervenção profunda, devendo afirmar-se, muito em breve, como um espaço de eleição para a realização dos mais variados eventos.

Numa altura em que é comum as freguesias promoverem um encontro anual das suas coletividades e “forças vivas”, a UF prepara-se para enveredar pelo mesmo caminho. Mas, para que tal seja possível, é preciso criar primeiro as condições para a sua realização. A intervenção que está em curso neste campo tem também esse objetivo. “Estamos a criar um espaço plano, que vai ser alcatroado, ter iluminação e espaços de estacionamento. É um campo a céu aberto e digno para acolher todo o tipo de iniciativas, que nos abre um mundo de possibilidades, como colocar barraquinhas em quatro faixas”, explica Fernando Abel Simões.

O presidente da UF agradece a todos aqueles que, com a sua generosidade, contribuíram para que esta obra pudesse ser feita “praticamente a custo zero, só com as despesas da máquina”.

Para além de continuar a ser um palco do desporto, a “casa” do Eirense vai ficar disponível também para várias realizações. A ideia é que possa ser palco de eventos desportivos, culturais, de lazer e sociais, proporcionando o encontro e o convívio entre toda a UF e possibilitando a reunião das diferentes entidades de todas as suas localidades.

O autarca lamenta que não exista ainda, na zona norte da cidade, um pavilhão coberto que possa ser utilizado com estes fins, que tornasse as freguesias ainda mais dinâmicas e com um associativismo mais forte.

Correios mantêm-se pelos cidadãos

A manutenção do Posto dos Correios no edifício sede da UF, em Eiras, é uma mais valia, mas também uma preocupação. O presidente assume que este serviço só se mantém porque, de facto, “é uma grande mais valia para os cidadãos”. De resto, Fernando Abel Simões considera que dá “mais despesa do que lucro”, já que “o valor mensal que os CTT pagam à Junta não suporta metade do trabalho da funcionária que, praticamente, só trabalha para os Correios”.

“Os Correios são hoje uma entidade privada. Portanto, ao público o que é do público, ao privado o que é do privado. A iniciativa privada foi criada para gerar riqueza e se os CTT querem criar riqueza à conta do Estado vejo nisso uma promiscuidade enorme. Posso garantir que se não fossem os interesses dos meus cidadãos já cá não tinha os Correios. É seguramente um serviço apenas para servir a comunidade”, sublinha.

Quando surgiu a possibilidade da Junta acolher também o Espaço Cidadão, Fernando Abel Simões diz que recusou logo, “primeiro por a sede não ter espaço e condições para o instalar, segundo porque isso implicaria criar mais postos de trabalho e, no momento, a UF não tem capacidade para o fazer”.

Atualmente, a UF conta com uma equipa de duas administrativas na sede e um técnico de contas. Na rua tem cinco funcionários, um prestador de serviços e dois no âmbito das políticas de apoio ao emprego. Fernando Abel Simões assume que nesta época, quando a natureza começa a mostrar todo o seu “poder e beleza”, nem sempre a mão de obra é a necessária para fazer face a todo o trabalho de limpeza de ervas e matos.

Covid: UF muito presente e atenta

A pandemia da Covid-19 continua a deixar várias famílias em situação de maior dificuldade. Depois da preocupação com a saúde, aumentam os problemas sociais, agravados pelo desemprego ou pela quebra nos rendimentos.

Fernando Abel Simões diz que a UF de Eiras e S. Paulo de Frades “tem respondido a esta pandemia com grande preocupação, procurando estar presente junto das pessoas que nos contactam para expor os seus problemas e dificuldades”. De acordo com o autarca, “felizmente não são muitos os casos registados nesta região”, o que, de qualquer modo, “não nos retira a preocupação porque este é um aspeto que pode tocar a todos, uma vez que não se sabe de onde pode vir”.

Esta situação requer, por isso, “maiores cuidados” da parte da UF e da Comissão Social de Freguesia, que tem vindo a fazer ao longo dos últimos anos um trabalho muito importante. Nesta altura tem dado especial atenção à população idosa, porque muitos lares e centros de dia ficaram fechados e muitos idosos regressaram às suas casas. “Temos tido o cuidado de, sempre que nos chega qualquer manifestação de conhecimento, estar em cima e ajudar, seja comprando alimentação, medicamentos ou mesmo pagando algumas despesas essenciais”, frisa.

Fernando Abel Simões assegura que este apoio é feito sempre no anonimato, salvaguardando a privacidade e valorizando a “solidariedade humana nos momentos de maior aflição da vida de alguém”.

Recorda que, nos últimos sete anos, a Comissão Social de Freguesia passou de oito para 34 instituições, desenvolvendo um trabalho notável. Hoje, para além de todos os casos que já apoiava, está a lidar também com “muitas situações de pobreza envergonhada, de pessoas que nunca passaram dificuldades e que agora, por uma razão ou outra, viram as suas vidas mudar”.

O presidente destaca o protocolo estabelecido com um dos parceiros, o CASPAE, que apoia atualmente “cerca de 200 famílias” nesta UF, pretendendo “chegar às 700/800”.

A intenção de todas as entidades que integram esta Comissão têm uma missão comum – chegar realmente a quem mais precisa de ajuda. “Houve este cuidado desde a primeira hora e penso que tem funcionado muito bem, sendo o nosso trabalho reconhecido e servindo mesmo de exemplo para outros concelhos, que nos têm convidado para o darmos a conhecer”, explica.


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