13 de Janeiro de 2025 | Coimbra
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Editorial: “O Despertar” – 102 anos

15 de Março 2019

Mais um ano se passou na vida de “O Despertar”. São já 102 anos a noticiar Coimbra, a tomar posição por algumas das suas causas mais nobres, a lutar por ideais, sempre na convicção de bem defender os interesses das suas gentes, da cidade, concelho e região, muitas e muitas vezes o próprio país. Passaram por aqui muitas gerações, todas elas irmanadas nesse propósito de servir e defender o interesse público. Pelas páginas de “O Despertar”, primeiro, nas páginas de outros Jornais depois, passou toda a história de Coimbra e sem a sua leitura nunca o nosso passado coletivo será bem compreendido e orgulhosamente assumido. Nestes 102 anos que hoje evocamos, uma coisa fique clara: nós, a geração atual que garante a continuidade do Jornal, tem muito orgulho no seu passado e muita honra em continuar o seu trabalho e o seu sonho de servir a causa pública. Não contem connosco para criar etapas fraturantes entre gerações, porque aqui, neste Jornal, não se pensa nem se trabalha assim. Aqui, na humildade do que somos e de quem somos, vemo-nos como uma família, sentimo-nos como tal, vivemos em partilha afetiva e de ideais, respeitamos o mesmo tipo de objetivos, alimentamos os mesmos sonhos. Todos os dias vemos entrar portas adentro pessoas, algumas vindas de longe, fazendo questão de pagar pessoalmente a assinatura do Jornal, gesto que repetem anos a fio, alguns há mais de 50/60 e até 70 anos. Não ver nestes gestos, nesta dedicação e neste esforço, uma mensagem de apoio e de estímulo, é não ler da vida os sinais que ela nos envia a cada momento.

Claro que o caminho – e este é um dos mais longos do país em termos de Jornais – não é fácil nem o terá sido nunca. Sempre conhecemos o/s Diretor/es deste Jornal a lutar com dificuldades, a imaginar condições de sobrevivência nesta ou naquela iniciativa, alimentando-se do sonho de amanhãs diferentes mas tirando muitas vezes da sua própria boca para que ao Jornal fossem garantidas condições de continuidade. Escolhos que se mantêm, conhecidas que são as dificuldades com que vive a generalidade da imprensa portuguesa, da nacional à regional. Mas nem por isso deixamos de prescrutar o horizonte em busca de sinais de esperança.

Viver, e viver muito tempo, é magoar os pés nas pedras da calçada. Por muito que cada um faça de bom no seu posto de trabalho, ninguém consegue evitar os escolhos que vão surgindo pelo caminho, uns naturais e normais, outros alimentados por quem vive a criar dificuldades aos outros. E Coimbra tem algumas instituições que gostam exatamente disso: criar dificuldades. Instituições e pessoas. Algumas destas, quando colocadas em posições que lhes conferem algum poder de decisão, usam e abusam dessa faculdade para se tornarem notadas e se convencerem que são importantes.

Ao atingir os 102 anos, “O Despertar” dá por terminadas as iniciativas evocativas do centenário. O programa previamente delineado foi todo cumprido, faltando apenas concretizar o livro com que a Câmara Municipal de Coimbra, pela mão do seu presidente, gentilmente quis assinalar a efeméride. Seria uma forma simpática, oportuna e adequada para reconhecer o trabalho e o percurso deste Jornal. Quiseram as circunstâncias que essa obra não tivesse chegado a ver a luz do dia, apesar de ter sido adjudicada e editorialmente conseguida. O Pelouro da Cultura achou por bem não apoiar este trabalho a tempo de ele ser editado na altura em que fazia mais sentido. Registamos o ato inamistoso, ao nível de algumas outras atitudes que igualmente não compreendemos. Mas a seu tempo, se tempo houver, voltaremos ao assunto.

A Coimbra, à região e a todos quantos estiveram com este projeto ao longo da sua longa vida o nosso muito obrigado.

A Direção


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